Desde o jogo de sábado tenho me sentido estranha, inquieta, cabisbaixa e não é porque causa do resultado do jogo não, é pelas coisas que foram se descortinando desde aquela partida e que tem me tirado sono. Não tenho escrito com o coração desde que retomei, tenho tentado um tom mais polido, mais técnico, menos emocional nas poucas postagens que fiz e agora percebe que talvez meu coração não tivesse verdadeiramente despertado, como despertou no sábado e desde então não consigo acalmá-lo. Será que já estou sentindo saudades? Ou seria medo? Parece-me um misto de tudo isso e mais um pouco e isso está acabando comigo, me colocando numa corrida contra o tempo, mas nem sei ao certo por quê. Bom, talvez eu saíba.
Tudo se agravou hoje, quando uma postagem antiga minha no facebook voltou aos feed de notícias, a postagem tinha exatamente 5 anos. Alguém se arrisca a dizer o que aconteceu em 01 de maio de 2012? Posso dizer que foi um dos melhores dias da minha vida, entre tantos que o basquete me proporcionou. Foi um dia de realização, foi o dia em que entramos em um ônibus as 6h em 20 pessoas e desembarcamos em São Paulo, no Clube Pinheiros para a 2ª partida das 4º de final no NBB daquele ano. Havíamos vencido a 1ª partida em casa e isso nos deu moral para enfrentar a estrada e acompanhar a partida na casa do adversário. Foi um dia incrível, tínhamos em quadra Shilton, Tiagão, Audrei, e Cia sob o comando de José Neto, era uma equipe sensacional. Sai de lá sem voz, estourando de dor de cabeça mas muito feliz, pois vencemos. Infelizmente essas lembranças também trazem recordações ruins, como o fato de ter sido nossa última vitória, pois perdemos os 3 jogos seguintes e fomos desclassificados e principalmente porque fui impedida de viajar para acompanhar a 5ª e decisiva partida em São Paulo, nunca vou perdoar a pessoa que não me deixou viajar, ela me tirou a chance de ver pela última vez aqueles atletas jogando juntos, já que na temporada seguinte houve um desmanche generalizado e praticamente começando do zero. Foi muito triste, porque não pude me despedir.
Mas bem, voltando aos dias de hoje, essas lembranças mexeram muito comigo e me trouxeram a mente um fato com o qual eu não estava contando: a fase classificatória está acabando, restam apenas 7 jogos, dos quais 4 serão disputados em casa. O coração apertou. Não estou pronta para me despedir, não quero me despedir e para isso precisamos ficar o maior tempo possível no campeonato, precisamos da vaga. Precisamos encarar novamente nossos carrascos e dar a volta por cima. Eu sei, é muita responsabilidade para esses jovens ombros, mas sim, agora estou sendo egoísta, eu preciso que eles continuem, porque eu não vou aguentar perder o basquete outra vez, não vou.
Quando estou na quadra me sinto livre, me sinto completa e não há nada melhor do que sentir o coração batendo intensamente, mesmo que às vezes pareça que esta infartando, essa emoção não tem preço, não tem explicação, o negócio é se entregar e viver o momento.É insano às vezes, doloroso também, mas, para mim, é o que me renova. A espera pelo dia do jogo, as horas que não passam, o prazer de sentar no lugar desejado (pertinho da quadra), acompanhar a apresentação da equipe, ouvir o hino nacional e torcer, torcer muito, gritar até a voz falhar, aplaudir até suas mãos arderem e não caber em si quando o placar zera e a vitória é nossa. Cada momento, cada lance nos prende e a certeza de que nada está definido e que tudo pode mudar a qualquer segundo cria uma atmosfera de suspense que nenhum outro esporte faz.
Não, não é exagero, sou uma pessoa melhor com o basquete por perto, e não, não consigo imaginar minha vida sem isso outra vez. Não quero e não posso.
Ok, reconheço, estou muito melancólica, mas vai passar, afinal amanhã tem jogo e desde já estou contando as horas para ele chegar. E também, eu apenas entendi que o basquete conseguiu fazer com que eu me apaixonasse por ele de novo. É verdade nunca deixei de estar, mas foi como uma renovação, uma reafirmação desse sentimento e só me dei conta disso agora.
Enfim, que venha a próxima partida, estaremos lá para apoiar, incentivar e fazer dessa uma grande partida Tudo vai dar certo. Vamos confiar. Vamos ter fé!
Ah basquete…
