É preciso lutar…

Incrível como as coisas acontecem, quanto mais penso em basquete mais coisas surgem na mente e a minha volta para me levar de volta a este universo. Para começar me emocionei logo pela manhã ao ver que o blog recebeu visitas logo em sua reestreia, é uma sensação inacreditável. Isso sempre foi meu combustível em muitos momentos da minha vida em que a escrita se tornou meu refúgio. Quanto mais as pessoas se interessavam pelo que eu escrevia, mais eu produzia.

Pois bem, mas eu falava de como na minha vida basquete atrai basquete rs. Fui a um chá de bebê esta tarde e uma colega de trabalho disse que sonhou comigo, o tema do sonho: basquete. Mais tarde, retornando para casa, peguei a avenida Beira Rio e avistei um casal caminhando, o homem vestia nada mais nada menos que uma camisa de jogo da temporada 2011/2012, Vermelha e preta. Impressionante como de longe e no escuro eu a reconheci.

Ao chegar em casa pensei por onde terei que começar a reorganização do blog e lembrei das fotos que o amigo Jackson Nessler tinha em uma rede social, acabei indo conferir se seu perfil ainda existia e para minha alegria continua lá para eu poder alimentar o blog novamente. A questão é que não me contentei apenas com isso, comecei a navegar pelos álbuns e confesso o coração acelerou quando vi imagens do nosso saudoso Ginásio Ivan Rodrigues, repleto de gente, de famílias, de apaixonados pela bola laranja e na quadra a melhor expressão de dedicação, garra e humildade que já conheci: nossa equipe, nosso basquete!

Para finalizar o retrospecto, fui para a TV e acompanhei alguns momentos do jogo entre Mogi x Flamengo. Foi insano, porque neste momento eu me dei conta de que tudo estava acontecendo para me lembrar que nós não estávamos lá. Fiquei pensando: – “Caramba, quem é o Mogi? Tá na sua segunda temporada com uma equipe sem relativamente possuir estrelas, mas fazendo história, poxa podiamos ser nós…”. E pensei mais, o que há em Mogi que não há aqui… hum investimento, crença no esporte. Acreditem, Mogi é menor do que Joinville, sua economia é baseada na agricultura e na indústria e eles tem investimento para o basquete, aí pega Joinville 2º maior polo metalurgico do Brasil, maior polo de ferramentaria,  e 3º maior polo industrial do Sul do Brasil, uma cidade que nasceu para o trabalho, que tem vocação em produzir riquezas culturais, intelectuais, econômicas e esportivas está virando as costas para um ilustre filho de sua terra, nossa equipe de basquete!

As empresas crescem e juntam riquezas porque as pessoas nelas trabalham e porque há quem consuma seus produtos e como as empresas retribuem isso? As pessoas se interessam por empresas que se preocupam com a comunidade, que buscam agregam valor a terra aonde exploram seus insumos e recursos para formar sua atividade, promovendo ações que se integrem a comunidade, ou seja, empresas que investem em ações que promovam o bem estar das pessoas  e isso se chama responsabilidade social. E não pensem que isso é apenas um modismo, na verdade cada vez mais torna-se um diferencial, num mercado competitivo e exigente. Além disso integram a comunidade, como uma forma de lazer, de união, de promoção da socialização de espaço públicos e de objetivos comuns.

Enfim, o que isso tem a ver com nosso basquete? Tudo oras, o basquete já provou ser um projeto saudável, que integra esporte e cidadania, promovendo disciplina, princípios e valores e que tem em sua equipe de Alto Rendimento o espelho necessário para despertar nos jovens um sonho, para acender esperança de um futuro melhor.  Joinville já revelou muitos atletas que hoje estão espalhados pelo mundo afora e tudo porque? Pela falta de crença no que é nosso, porque sempre viram as costas no momento em que frutos começam a ser colhidos. Esporte não é algo pronto, não funciona jogando as pessoas lá e fazendo-as praticar, leva tempo, necessita de trabalho duro e continuo e esse sempre foi nosso grande problema, quando as coisas começavam a funcionar alguém puxava o tapete. Joinville sempre teve uma grande equipe de basquete, reconhecidas pelo trabalho em equipe, pelo empenho, prova disso é o caminho que nossos mais expressivos atletas tomaram após deixarem nossa cidade, aí alguns dirão, “mas o que eles ganharam além campeonatos regionais?”

Primeiro, todos os títulos conquistados pela equipe desde sua formação, estabeleceram uma relação de hegemonia e respeito, marcando Joinville como o centro do basquete no sul do País, definindo-o como o representante da região, a equipe que todas as demais queriam ser, mesmo com estrutura inferior há muitas cidades proximas daqui. Segundo, porque o respeito foi nacional, nós fizemos parte da criação da liga, estivemos presentes desde a primeira edição, protagonizamos grandes embates, estando presentes nos playoffs na maioria das temporadas que participamos, e a prova desse respeito adquirido com ações dentro e fora da quadra está nas pessoas, eu mesma conheço inúmeras pessoas de outras regiões do país, que possuem equipes no NBB que sempre reconheceram a importância da nossa participação no campeonato, pela seriedade do projeto, pela forma de trabalho e pela torcida, nossa participação na competição agregava valor a competição porque mesmo sem grandes investimentos tinhamos compromisso de desenvolver um bom trabalho e honrar as cores que representávamos. Imaginem então o que não poderiamos fazer com um investimento adequado às necessidades da equipe?

Então o que mais falta para alguma empresa entender que existe uma fatia expressiva da população dessa cidade desejando que se acredite nesse potencial, Joinville não é uma cidade puramente futebolística não, em toda história de equipes de basquete, a fidelidade e a casa cheia sempre foram marcas registradas, e não apenas para a cidade, mas principalmente para os adversários. Qualquer profissional da área de marketing sabe que o investimento no esporte traz valor ao empreendimento, porque mexe com algo essencial do ser humano: o coração! Esporte apaixona, conquista. Não é um produto que se vende, mas se fideliza!

Eu não quero desecreditar na cidade em que nasci e na qual emprego regularmente minha força de trabalho e invisto meu dinheiro. Não quero ver algo que tanto amo ser largado a própria sorte, cair no esquecimento, porque na história do basquete no Brasil nós sempre seremos lembrados e eu não quero que sejamos apenas uma lembrança, quero que continuemos a escrever essa história junto a elite nacional. Ainda há espaço para nós, mas ele não vai esperar por nós a vida inteira e sinceramente seria tolice deixar essa oportunidade passar, porque se tem algo que vem crescendo a cada temporada é o basquete, cada ano mais equipes se formam desejando uma fatia desse prestígio, então qual é? Vão me dizer que o basquete não projeta nossa cidade em nível nacional? Que não é um investimento relevante? Precisamos ser realmente a cidade da Dança, das Flores e para alguns do futebol? Não podemos ser a cidade do talento simplesmente aonde todos tem espaço e oportunidades?

E aí, vamos diversificar? Afinal tanto se fala em diminuir as desigualdades, porque não começar com o esporte?

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