Acorda Joinville

A correria dos últimos dias me afastou um pouco do blog. Minha vida não é mais a mesma de quando tudo isso aqui começou, e não falo tanto de compromissos profissionais, naquela época eu já era agitada, fiquei um pouco mais eu acho, falo de saúde mesmo, o cansaço as vezes me esgota, é o problema da idade rs… depois que se passa dos 30 nada é mais como antes.

Confesso, acho que me empolguei demais longo no primeiro texto. Por algum motivo pessoas leram, comentaram, mas aí no texto que para mim era mais importante não tive o tão esperado “feedback” me senti iludida, acreditando que tinha atingido meu objetivo, mas não sei, agora tenho dúvidas, já não sei mais se minhas palavras chegaram da forma que eu esperava, fiquei um pouco triste sim, mas eu tinha que lembrar que as coisas são assim mesmo.

Ontem estive em Curitiba, tinha esperança de que teria um tempinho para me dedicar a escrita, afinal, para mim, lá é um lugar muito inspirado, vivi muita coisa legal por causa do basquete lá, enquanto cursava minha pós graduação, mas enfim, os tempos são outros e uma série de compromissos e situações não permitiram que eu deviasse meu foco. Sai de lá um pouco frustrada porque não há como ir a Curitiba e não pensar no basquete.

Nesses dias de semi finais do NBB muita coisa passa pela mente e aí você vê o mercado se movimentando e fica a sensação de angustia de que se não aparecer ajuda não poderemos fazer contratações, tão pouco participar do próximo NBB e isso significa o pior dos mundos, perder uma conquista tão preciosa para nossa cidade e nosso Estado, afinal participamos da fundação da Liga Nacional de Basquete e perder essa vaga seria um retrocesso.

É um desrespeito e um descaso com o nosso esporte amado. Não é falta de dinheiro para investir e falta de interesse. E se todo mundo começasse também a comprar coisas fora da cidade, ou do estado? Priorizasse o que é dos outros ao invés do que é nosso? Será que as empresas continuariam da forma que estão? O mínimo que uma empresa que está aqui pode fazer é devolver de uma maneira saudável tudo que ela usa da cidade. Boa parte do que elas ganham dependem da população que vive aqui.

E essa população tem direito a ter sonhos, a ter lazer, a ter esperança. Será que os empresários tem idéia de quantas famílias frequentavam os jogos? O quanto aqueles belos espetaculos não enchiam apenas nossos olhos, mas também nossos corações? Que torcer e acreditar em algo faz bem a saúde? Pois é, não parece, mas tinhamos tudo isso e eu posso falar por mim, porque mesmo saindo exausta dos jogos, sem voz e as vezes com a cabeça latejando, nada me fazia sentir tão bem, ao menos minha saúde era melhor, pois todas as minhas tensões ficavam na quadra, depois do jogo.

Então me digam o que há de errado nessa cidade? Porque cidades menores que a nossa abraçam o esporte tão apertado que começam até a intimidar os outros (basta ver o que o Bauru tá fazendo) e nós precisamos ficar mendigando apoio? Porque todo mundo prefere apagar os “incêndios” da cidade, do que remediar, dando esporte que em seu contexto já oferece saúde, bem estar, educação, disciplina e tantas outras coisas que só fazem bem.

A equipe de basquete de Joinville era um modelo de disciplina, de trabalho em equipe, de humildade, caracteristicas que são importantes para qualquer pessoa e agora estão tentando nos tirar isso. O que vai restar? Uma arena com um piso que nunca mais será tocado pela bola laranja, um ginásio esquecido que vai acabar enterrando com ele lembranças de um passado gigante, vamos viver apenas do passado até que ele seja completamente esquecido, vamos virar a cidade de um esporte só de novo…

Desculpa, mas não é justo. E ninguém ainda me convenceu de que isso não é um bom negócio. Acorda Joinville, não deixe morrer o que nos faz bem.

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