Amanhã acontece o jogo de número 500, olhar para trás e pensar no tempo, já são quase dois anos e quando se para para pensar já estamos na terceira temporada e isso faz parecer tempo demais e começa a dar saudades de muita coisa que já aconteceu. Muitas coisas pela qual passamos, pessoas que chegaram, partiram, pessoas que fizeram parte da nossa história e hoje constroem sua historia em outro lugar.
Ver o NBB começando, completando 500 jogos é ter muita história para contar, e é como pensar no meu próprio começo, de como eu cheguei aqui. Quando o primeiro NBB começou em janeiro de 2009, eu tinha para mim a promessa de não perder nenhum jogo, de acompanhar, de estar junto desse movimento que é o basquete, só não imaginava que estaria tão junto. Só queria fazer parte, estar ali, mas ainda não sabia o motivo.
Em 2008, durante o antigo nacional, havia acompanhado quase toda a trajetória no campeonato, estava ali do meu jeito, mas sem ter idéia de como isso iriam mudar a minha vida, como isso me afetaria, pois também havia um momento de transição em minha vida naquele momento. A verdade é que eu era apenas uma torcedora anônima, dividindo a arquibancada com tantas outras pessoas apaixonadas por basquete. Sentava alguns degraus acima da família Góes, que naquela época nem sabia quem eram, e sempre chegava cedo, queria acompanhar tudo e garantir meu lugar, pois aquele parecia o melhor lugar do mundo. Quando nossa participação no nacional se encerrou, vi todos comemorando e de certa forma se despedindo, eu desejei estar lá, mas entendi que aquilo realmente não servia para mim, que lá na quadra não era meu lugar. Acabei saindo de lá decepcionada, sem imaginar o que o Novo Basquete Brasil me traria em 2009.
Assim como o basquete, eu renasci com o NBB e a LNB. Confesso que não foi tão no início, demorou um pouco para que me desse conta de que estar no ginásio era uma influência positiva na minha vida, isso só aconteceu quando descobri que havia um lugar melhor dentro daquele ginásio do que aonde costumava me sentar: atrás do banco do Joinville! E nesse momento chega a passar um filme na cabeça e volta a sensação de que parece ter transcorrido mais tempo do que realmente passou e isso deixa algumas saudades.
Bem, no primeiro dia que sentei atrás do banco eu soube que aquele era o melhor lugar para estar durante uma partida, porque era ali que me sentia perto deles e presente, sem nem entender porque isso era importante. Eles não sabiam quem eu era e eu só sabia que eram atletas que vestiam a nossa camisa e a defendiam bravamente cada vez que entravam naquela quadra. Porém a partir de abril daquele ano tudo mudou, veio blog e tudo que todos já estão cansados de saber, disso nesse momento, só interessa dizer que foi ali que renasci e é ali que vejo meu envolvimento com o basquete se confundir com o NBB, pois partida após partida eu estava acompanhando, não importa a forma que fosse de algum jeito eu estava presente, nem que fosse com minhas palavras.
500 jogos, toda vez que penso nisso só me vem a mente quanta coisa passou, quantos atletas cruzaram as quadras defendendo suas equipes, quantos arremessos, rebotes, tocos, quantas enterradas, quantos momentos de angústia e alegria, quanto suor e lágrimas se misturaram Brasil afora. Além disso, penso na bela história que vem sendo escrita por cada um que fez desse evento uma realidade e o torna cada vez maior. Desses 500, contando o que ainda será realizado, são 73 jogos, dos quais 48 saímos vitoriosos, acumulando ao longo dessas três edições 5879 pontos.
Bem, mas para quem é de Joinville, não é apenas os 500 jogos que mexem com nosso coração, o que mexe é saber que a nossa partida de amanhã contra o Pinheiros será a partida que leva esse número. Eu sinto uma honra imensa de saber que esse marco na existência da LNB e do NBB acontecerá aqui. Desde que as notícias começaram a surgir fiquei emocionada, mais ainda ao ver a reportagem do JÁ de ontem com os garotos no estúdio da Rádio Atlântida convidando o pessoal para o jogo, só de assistir aquilo já estava chorando.
É fato que encarar o Pinheiros, principalmente num momento onde todas as atenções estão voltadas para o confronto, é uma responsabilidade sem tamanho, mas sem deixar que isso seja especial, já que antes mesmo de toda essa comemoração sabíamos que essa partida seria uma das mais difíceis dessa fase do campeonato. Nosso oponente é muito forte, entretanto acredito que nossos garotos também já deram provas mais do que suficientes do que são capazes. Estaremos sem Audrei e possivelmente sem Shilton, o que lógico são duas grandes perdas, porém sei que aqueles que estiverem lá farão o seu melhor para compensar as ausências, pois conhecem a responsabilidade de defender a nossa camisa. Não importa o que aconteça, todos farão de tudo para nos presentear com essa vitória.
Diante de tudo isso o que posso afinal desejar a nossa equipe? A vocês bravos guerreiros, que são o bem mais precioso que possuo, que me fazem ser melhor a cada dia, que me fazem ter força, fé e coragem, acreditando que tudo é possível e que posso enfrentar tudo que vier, desejo que tomem para vocês esse exemplo que nos transmitem, tenham fé, acreditem e confiem e cada passo que derem, com a convicção do poder que esse grupo possue, no poder que está na mão de cada um e na sua capacidade. Não dúvidas da competência, não há dúvidas que temos um time vencedor, com cada elemento escolhido a dedo e que tem provado o motivo pelo qual cada um está aqui e é indiscutível a importância de cada um nesse grupo e é indiscutível a gana com que cada um faz o jogo acontecer. Vocês são os nossos guerreiros e sempre serão, envolvidos no nosso “manto sagrado” e é assim, com coragem e confiança podemos esquecer as dificuldades, esquecer qualquer coisas que os desabone e que só tenha espaço em suas mentes para coisas boas e positivas, que só tenha espaço em seus corações para aquilo que vocês realmente são e que possam levar para quadra aquilo que vocês tem de mais valioso dentro desse grupo, que é a união, porque através dela tudo que se deseja, torna-se possível.
Que Deus os proteja em mais esse passo em nossa caminhada. Não se deixem intimidar e não fraquejem se tudo parecer perdido. Mantenham a calma e a fé. Cabeça erguida. Somos especiais e antes de qualquer um, nós mesmos precisamos acreditar nisso. Até a tarde. Um excelente jogo para todos nós.
1 thought on “O jogo de número 500”