Andava pelo centro despreocupada como raramente tenho feito nas últimas semanas, quando senti algo dentro do peito que há muito não sentia: meu coração descompassou de repente, parei de andar e sorri, o amor enfim despertou. Passava em frente a Cia do Esporte e não havia como não ter um filme passando em minha mente. Foi então que minha mente foi para junto dos garotos, agora retornando as suas casas, finalmente depois de quase 15 dias no México.
Foi impossível parar de pensar em basquete e neles e foi então que percebi o quanto a minha rotina me deixou anestiada em relação a eles e o quanto estão me fazendo falta. Em todos os maus momentos faltavam eles para suprir essa minha falta de energia, de coragem e até de confiança em mim mesma. E sempre houve motivo para pensar neles, afinal a campanha no México foi sensacional, terminamos a Copa Bicentenário na 3ª colocação, isso com uma equipe em construção, como jogadores emprestados com pouco tempo para se entrosar e enfrentando várias escolas diferentes. Não há o que contestar foi mais uma bela experiência que tenho certeza todos tirarão grande proveito. E que alias tenho convicção que ainda irá gerar muitos outros frutos ao longo do tempo.
Ter participado desse evento mostra nossa credibilidade junto a equipes de outros países, mostra o quanto nossa luta tem valido a pena e que por mais lento que seja nosso passo, ele é firme e decisivo e ele segue apenas uma direção. E confesso que tão logo soube desse convite uma onda de satisfação me tomou, justamente por enxergar isso como um ganho sobre aquilo que somos e um desafio para aprimorar nossos conhecimentos.
Olha, tive muito tempo para pensar nas últimas semanas, não me lembro de ter estado tanto na estrada como foi esse último mês. Estive em Rio do Sul, Piratuba e por fim em Curitiba. Principalmente na viagem a Piratuba, onde foram muitas horas de estrada, pude pensar muito, porém fiquei sem internet nos dois últimos destinos, o que acabou por desiquilibrar um pouco a minha inspiração, mas em todos esses momentos de reflexão não faltou pensamentos de carinho e agradecimento a esse grupo que tanto já fez por mim, sem perceber e de alguma forma continua fazendo.
Minha gratidão continua intacta, meu respeito e admiração também, meu amor então nem preciso dizer que mantem-se intenso e soberano em meu peito, certo? E mesmo tendo tido tanto tempo para pensar, apenas hoje entendi que a paixão está voltando a incendiar meu peito e sabe porque? Porque eles estão voltando e só de pensar nisso meus olhos ficam marejados. A redoma severa e antipática que se criou em torno de mim se dissipou e agora me sinto mais leve.
E enquanto escrevo, tenho comigo um outro motivo para ficar feliz, ontem minha família ganhou mais um membro: Maya, nossa mais nova mascote, uma pequena e espuleta Daschund (cofapi). Nesse momento ela dorme, mas pode vir a acordar a qualquer momento e sei que enquanto ela não crescer a rotina será bem pesada, mas nada como a energia de um animalzinho para alegrar nosso ambiente.
Enfim, para encerrar deixo o que pensei ao passar pelo ginásio essa noite quando voltava para casa: “Não vejo a hora de revê-los. Cheguem logo!” pois é a certeza do reencontro que está alimentando minha mente e meu coração para estar aqui escrevendo como há muito eu não fazia. Fiquem com Deus e não esqueçam que ainda amo muito vocês! E aproveitando parabéns pela bela atuação no México, que esse tenha sido um bom aquecimento para a temporada!