O que esperar…

Faz mais de um mês que a temporada acabou, Universo/Brasilia sagrou-se campeão da 2ª edição, Audrei foi considerado o jogador que mais evoluiu, André ficou entre os 3 melhores em dois quesitos e a equipe, pelo terceiro ano consecutivo, foi a melhor defesa. Muita coisa já aconteceu, equipes entrando, saindo, se desfazendo e ficam as perguntas, o que esperar da próxima temporada?
Assim como eu, acredito que muitos devem estar ansiosos por novidades da nossa equipe, ansiosos pela permanência de Manteguinha, por exemplo, cujo o destino para nós, meros mortais, ainda não foi definido. Ansiosos pelo retorno a quadra. Percebo que muitos estão apenas preocupados em saber quem são os novos contratados, algo que é importante, mas como todas as informações da equipe serão reveladas no momento adequado, então, porque não aproveitar esse momento para refletir sobre o que o 2º NBB nos ensinou? Não vou aqui apontar conclusões, ou teorias, são apenas pontos de vista que meu crescente envolvimento com a modalidade tem permitido enxergar, opiniões próprias.
Em minha primeira temporada fui completamente emocional, movida inteiramente pelo coração, sofri, chorei e não buscava entender nem analisar nada além do nosso espaço. Entretanto, na temporada que agora se encerra, aprendi que era importante conhecer os “adversários” para conhecer e entender as nossas próprias dificuldades, talvez como forma de efetivar minha busca por soluções, mesmo que essas não viessem a influenciar o grupo, porém acalmavam a minha própria ansiedade. No entanto essas soluções no final das contas não passavam de meras suposições e apesar de ter começado a pensar basquete não deixei de ser movida pelo coração.
O esporte promoveu uma interação entre as pessoas que compartilhavam espaço nas arquibancadas, promovendo amizades e uma vida fora do ginásio. Um desejo de conhecimento, aproximação, entendimento e fortalecimento começou a tomar conta das pessoas que cada vez mais queriam fazer parte desse movimento chamado basquete. E ter equipes em quadra, mesmo não sendo as de nosso coração, de nossa cidade, eram motivo de sobra para mobilizar amantes do basquete na frente da TV. Isso é exemplo de que aos poucos o basquete está voltando a mente e ao interesse das pessoas, fazendo parte de suas nossas vidas.
Eu acredito que a primeira coisa a ser lembrada nessa temporada, de modo geral, é a importância da organização, afinal de contas o crescimento do basquete passa por profissionalizar os bastidores, mas isso é assunto para outra conversa e segundo ter a percepção de como o lado humano, sensível e emotivo tem se sobressaido sobre o que deveria ser o predominante no atleta: o racional.
Há tempos vinha observando que o lado psicológico vinha afetando várias equipes. As pessoas vinham a criticar e penalisar nosso grupo por ser muito “coração” sem perceber que muitos eram ainda mais sensíveis ao nervosismo que pairava na quadra. O ingrediente ideal é a combinação equilibrada da frieza para decidir e da emoção para persistir e todas as equipes demonstraram ter capacidade para isso.
Mas voltando ao nosso foco, que é o Basquete de Joinville, percebo que mais importante do que a técnica e as jogadas é aprender a controlar as emoções. A pergunta é: existe fórmula para isso? Bem, eu acho que não existe uma receita pronta, é algo individual, porém acredito em algo que pode auxiliar bastante nisso: a confiança e explico, confiar da segurança para agir e é essa segurança que permite se ter a frieza necessária para decidir um lance, para assumir a responsabilidade, para enxergar o jogo, executar com cautela e precisão tudo que foi treinado.
Esse NBB foi um teste de nervos para qualquer um. Jogos decididos no último minuto, assistências e arremessos  impressionantes, equilibrio durante todas as fases do campeonato. Foi emoção do princípio ao fim e não importa se o final das contas ficamos uma colocação abaixo do ano anterior, porque muitos mudaram de posição e apenas para Universo e Franca essa mudança foi favorável.
O que tenho certeza é de que podemos esperar um 3º NBB ainda mais disputado, com novas equipes entrando na briga e com ainda mais equilibrio. Novos atletas chegando, mudanças decisivas acontecendo em alguns elencos e o meu desejo é que ele venha com mais força para fazer valer as regras, com maior cobrança sobre a organização e manutenção das equipes, para que possa se evitar situações como as vistas nesse ano e para que todos os atletas possam se preocupar apenas com jogar basquete. Desejo um NBB mais limpo e pacifíco para servir de exemplo para as novas gerações e que as pessoas possam amadurecer o suficiente para entender que rivalidade é coisa para os 40 minutos de jogo.
Agora o mais importante é que acredito que a nossa equipe virá mais forte, simplesmente porque virá mais confiante, mudanças ocorreram, ocorrerão porém seja qual for o motivo nos dará oportunidade de repensar vários momentos e ampliar nossos conhecimentos. Se somos a melhor defesa por 3 anos, ótimo é um fudamento a ser mantido, nosso “caro chefe” como se diz na administração, e que sabemos não ser fácil manter e o que deve ficar é que se nossa defesa é forte, decisiva, também o podemos ser em qualquer outro fundamento, que possamos levar essa confiança adiante, confiança com a qual o projeto foi criado e desenvolvido.
E para a equipe, o meu desejo é um só: sucesso! Que eles possam continuar essa brilhante caminhada, que sabemos será sempre cheia de espinhos, mas não menos bela por isso. Desejo a solidificação da confiança, da segurança e do equilíbrio. Desejo uma equipe pautada no ser humano, na qualidade, na união e na disciplina. Desejo que os principios que sempre permearam esse projeto possam ser fortalecidos e enraizados na mente e no coração de cada um para que a chama que move essa paixão não se apague jamais. Desejo que possamos continuar sendo exemplo de humildade e perseverança e que nossa força seja reconhecida pelo empenho que despendemos para trilhar o caminho, para que se construa no coração de cada um a certeza de que continuamos no caminho certo e que por mais difícil que a caminhada seja ela sempre vale a pena.

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