Shilton Alessanco dos Santos

Shilton Alessanco dos Santos, pivô do Joinville e capitão da equipe desde que chegou aqui nos idos de 2005, nasceu na cidade de Cuiabá – MT em 10 de agosto de 1982. Filho de Nilmon José e Luzinete Enedina dos Santos é casado com Georgia Teixeira Vazquez dos Santos e dessa união em 26 de março de 2008 nasceu Mathias Alessanco, criança que carrega no sangue um dom natural para o basquete, fato que não incomoda o pai coruja, pois entende que se vier a seguir o caminho do esporte estará “seguindo um incentivo esportivo que tem certeza ser de suma importância para seu crescimento pessoal.” Seu desejo realmente é de que quando crescer seu herdeiro “seja integro, justo  e educado/cordial.”
São Paulino, em 2009 Shilton teve oportunidade de conhecer o Centro de Treinamentos do São Paulo Futebol Clube e teve seu momento de torcedor. Muito ligado à suas raízes, aponta a música “Saudade da minha Terra” como aquela que é marcante em sua vida, demonstrando aí seu gosta pela música sertaneja. Agora quando o assunto é cinema seu gênero preferido é ficção, onde ele cita a trilogia de Homem Aranha, porém em sua casa há uma mascote, chamada Niobe, nome inspirado numa personagem de outra trilogia: a de Matrix. Mas entre seus favoritos há também o imperdível Um Sonho de Liberdade. E lógico, nas horas vagas não dispensa um vídeo game. Porém, se o assunto for comida, a sua predileta é peixe assado e frito. Gosta muito de fazenda e ter uma grande é um sonho que ele cultiva para o final de sua carreira.
Shilton se define como um cara muito teimoso, chato algumas vezes, mais com certeza extremamente justo, com boas qualidades, e muitos defeitos mais os reconhece e busca constantemente aprender e crescer com eles. Ele conta que sempre foi um rapaz tranqüilo, preferia muito mais assistir 5 ou 6 filmes seguidos ou virar a noite jogando vídeo game do que ir para a balada. Identifica-se muito com a cidade, que lhe concedeu os melhores anos de sua carreira, lhe propiciou a criação da sua família e lhe deu o maior dos presentes que foi o nascimento do seu filho. Shilton chegou a cursar 2 anos e meio do curso de Psicologia, mas precisou trancar, porém, um dia se tiver oportunidade gostaria de retomar o curso, uma vez que é uma área que lhe desperta interesse.
Nosso capitão teve uma criação humilde e diferente do que a maioria de nós conhece. Ele nos conta que “sempre foi muito ativo, passava os dias pescando, caçando morcegos e correndo atrás de gado”. Sem contar que sua família é bastante numerosa, são 18 tios de primeiro grau mais 32 primos e comenta que sempre que se reuniam a festa era certa. Efetivamente, o que marcou esse período de sua vida foram idas à fazendas, e vila de pescadores. Enquanto estudante, Shilton disse que “sempre foi um aluno exemplar, com notas muito boas e disciplinado” e que traz da época escolar dois grandes amigos, um inclusive é padrinho de seu filho.
Apesar da criação próxima da terra e da natureza, Shilton nasceu e cresceu rodeado de esporte, pois seu pai é radialista de futebol. Jogou futebol e fez karatê, e havia a intenção de que ele começasse na natação mais as vagas haviam sido esgotadas.  Foi quando surgiu o basquete em sua vida. Iniciou na escolinha da cidade com 13 anos e seis meses depois foi defender o Colégio Colégio Notre Dame de Lourdes. Seu desenvolvimento despertou o desejo de ir jogar fora de Cuiabá e quis o destino que ele realmente fosse alçar vôos mais altos.
Sua carreira iniciou então, efetivamente em São Paulo, onde chegou com 14 anos para jogar no Circulo militar. Shilton passou por muitas equipes, entre elas o DataBasket de São Bernardo, Pinheiros, Campos – RJ, pela seleção brasileira juvenil, e seu caminho cruzou em outros momentos com alguns jogadores da nossa equipe, como Jefferson Sobral e Tiagão. Conquistou vários títulos e um dos mais marcantes foi o Campeonato Carioca de 2003 pelo Campos – RJ. (Para saber mais sobre a trajetória de Shilton, clique aqui!).
Ao longo de sua trajetória passou por muitas dificuldades e por muito tempo, e hoje até comenta que pode rir disso. Um momento que cita foi quando “morou por dois anos e meio embaixo da arquibancada do ginásio do Ibirapuera comendo miojo feito com água do chuveiro diariamente neste período”, porém por mais que tenha sido difícil, Shilton lutou, se superou e venceu, mantendo a humildade e a gratidão às pessoas que o ajudaram e reconhecendo que sua criação foi simples, sem luxos, mas que sempre havia algo o que comer e tinha o apoio de seus pais, a força motriz que lhe manteve de pé e que forjou seu caráter e sua perseverança.
Shilton ainda jogava em São Bernardo quando a proposta para vir jogar em Joinville aconteceu e logo que chegou aqui sua primeira impressão foi com certeza, de que era uma cidade extremamente bonita e chuvosa e pela temperatura média anual ser relativamente alta para uma cidade do Sul, sua adaptação foi rápida.
Já vestindo a camisa do Joinville, Shilton conquistou outros títulos marcantes para ele, os Jogos Abertos de 2005, primeiro vestindo as cores de nossa equipe e o Sul Brasileiro de 2007 e segundo após a extinção e reestruturação da equipe, um título que veio para consagrar muito trabalho, esforço e superação (leia mais aqui). Além de que, hoje ele considera o melhor momento de sua carreira o período que vem se seguindo nos últimos 3 a 4 anos, porém o pior, para ele, também aconteceu aqui, quando ficou afastado por 6 meses, motivado por uma lesão no joelho direito. Para nossa sorte ele se recuperou e continua firme e forte jogando muito e sempre nos ensinando lições de respeito, educação, superação e humildade.
Hoje Shilton é o integrante mais antigo desse projeto, tendo estreado com a camisa do Joinville antes mesmo do prof. Alberto Bial chegar a nossa cidade e se diz honrado de estar inserido nele a quase 6 anos, próximo de completar 300 jogos defendendo nossa equipe. Além disso, sua postura, dentro e fora da quadra, sua determinação e raça, fazem dele a “cara” do Joinville, um reflexo do que uma equipe precisa ter como qualidades e atitudes, como um perfil a ser tomado como exemplo, o que nosso capitão vê como um diferencial e uma vantagem para a continuidade do projeto.
Em dias de jogo, Shilton fica completamente focado e até chega a comer menos, o curioso é que todas as suas refeições são feitas com coca-cola. Em sua cabeça, fica só “a intenção de fazer bem feito o que foi treinado”.  E esse pensamento se fortalece nos momentos que antecedem a partida, no aquecimento, na preleção. E durante a partida, em sua mente só há espaço para o que acontece dentro da quadra.
Nosso camisa 6 defini o basquete como sendo sua vida e sua motivação vem de sua família que sempre o acompanha e incentiva. Ele diz que: “Eles são meu porto seguro, é importantíssimo ver e sentir a participação deles a cada jogo e a cada treino. É revigorante ver a felicidade do meu filho quando eu digo a ele que o papai vai jogar hoje. É muito importante o ritual que sigo antes de cada jogo e a participação e esforço de ambos para que o mesmo seja cumprido.” E as palavras de Shilton só confirmam o que qualquer pessoa pode presenciar nos jogos, a vibração de sua esposa Georgia, com Mathias no colo, a cada lance, vivendo junto com Shilton cada momento do jogo, inclusive ele comenta que desde que estão juntos, há quase 9 anos, suas atitudes sempre foram assim, essa disposição e empenho em apoiar e motivar nosso capitão, peça fundamental em seu equilíbrio e força.
Uma curiosidade é que, quando perguntado de como se via daqui a 10 anos, Shilton foi sucinto: “me vejo aposentado do basquete, com meu filho já treinando  ou fazendo qualquer atividade que ele queria, administrando um negócio meu e desfrutando com minha esposa e filho de uma vida normal”.
Shilton, com certeza é um atleta que a juventude deve se espelhar e a posição de capitão não é gratuita, pois ele tem consciência de que só conquista a confiança e respeito com exemplos. Ele é sempre o primeiro a chegar nos treinos, nos jogos, não gosta de ser esperado, pois considera isso uma falta de respeito, é muito disciplinado, prega a justiça e hoje pode ser considerado um vencedor e um ser humano acessível, simples, de caráter, com um coração enorme, uma pessoa que se deseja realmente ver multiplicada não apenas nas quadras, mas pelo Brasil a fora.
E Shilton ainda deixou uma mensagem para a torcida e para os jovens que desejam seguir pelo caminho do esporte:
“Obrigado Joinville, espero sempre poder retribuir o carinho e a força nos jogos, com muita dedicação e luta. E para os jovens esportistas, digo que com certeza as dificuldades virão, mas o importante é como você vai encará-las e principalmente o quanto de desejo você terá de ultrapassá-las”.

6 thoughts on “Shilton Alessanco dos Santos

  1. PARABENS adorei amiga ficou mesmo d++,e olha que é so a primeira!linda a historia do nosso capitão,muito bom saber como foi e como é a luta de cada um de nossos guerreiros!!show

  2. Muito legal, valeu a pena tu me deixar curiosérrima esse tempo todo! haha
    Shilton tem uma história incrível, é um capitão incrível e, claro, merecidamente ocupa a tantos anos esse cargo.
    Parabéns Shilton por esse exemplo de jogador e parabéns Ketty, arrasou!

  3. Como amigo há mais de 17 anos e padrinho do Mathias, tenho que parabenizar esta belíssima matéria feita e dizer que o Shilton é um orgulho para amigos, familia e para a sua cidade natal.
    É um exemplo de luta e superação, um vencedor. Grande abraço irmão!

  4. Shilton é um exemplo dentro e fora de quadra. Me chama a atenção a forma interessada e espontânea que ele atende meu filho de 5 anos no final de cada jogo, sempre paciente para bater fotos com a criançada.
    Parabéns pela sua dedicação ao basquete de Joinville!

  5. Acho que se Deus me dissesse para escolher um irmão, nao conseguiria escolher melhor, DEUS escolheu Shilton a dedo para mim, ele é mais que meu irmão, é minha Alma Gemea.

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