É nos momentos de revolta que viro uma fera e desando a falar coisas que simplesmente vão brotando na minha mente saindo digitando desenfreada. Minha vida já se resume a basquete, porque afinal tudo na vida tem um lado bom e um ruim, meu ruim é o trabalho…
A última noite não foi das melhores, deitei com dor de cabeça e fui despertada as 4:30h com o despertador insistente da minha avó, ao me levantar da cama para acordá-la, ouvi que minha mãe tivera a mesma idéia, deitei novamente, porém não voltei a dormir, minha dor, antes adormecida, ressurgiu com muita intensidade. Tomei um comprimido e tentei descansar, mas a cabeça latejava e a dor me provocava naúseas. Algum tempo depois, vencida pelo cansaço cochilei, até chegar a hora de ir trabalhar.
Exausta e meio anestesiada, não pude deixar de pensar em tudo que está acontecendo, estamos é passando por uma verdadeira prova de fogo, todos nós, estamos sendo testados para ver até onde estamos realmente envolvidos com tudo isso. Confesso que o medo existe, sempre existiu, mas quer saber eu só estou sofrendo por amá-los demais e acreditar que eles não mereciam estar passando por isso, nada mais, não me sinto envergonhada, frustrada, ofendida, se me sentisse seria completamente ridículo e contrário a tudo que venho defendendo até então.
Ninguém está feliz, mas a verdade é que em toda história a um momento de reavaliação, redefinição de objetivos, caminhos a serem traçados e talvez esse tenha sido o nosso momento. Sejamos pacientes e coerentes com o contexto, toda equipe já passou ou irá passar por algo parecido um dia e nós teremos outros momentos assim, porque na vida, inclusive, se tudo vai bem sempre, nos acomodamos e aí deixamos de levar as coisas tão a sério, nos empenhamos menos e aí, mais cedo ou mais tarde, vem uma onda e nos tira da zona de conforto.
Sou muito coração, mas tenho buscado analisar os fatos com frieza e reconheço os momentos e fatores que por ventura tem influenciado nessa mudança de rumo, mas lamento, não me cabe apontar nada. As análises e busca de soluções, rumos só cabe a equipe e sua comissão técnica, independente do que estiver provocando esse momento. Sei que como torcedora, tenho curiosidade e preocupação, bem como muitos outros torcedores sentem que merecem esclarecimentos, mas penso que se houvesse algo a ser dito, seria, simplesmente por que as vezes não há o que explicar, simplesmente acontece.
Eu quero crer que é apenas uma nuvem negra e que mais cedo ou mais tarde ela vai se dissipar, a luz vai vencer as trevas, porém vai depender agora de cada um olhar para dentro de si, reavaliar sua posição dentro da equipe e para a equipe. Cada um assumiu um compromisso e não falo apenas com a equipe, mas consigo mesmo, com a profissão que todos tanto amam. Entretanto, percebo nesse momento de adversidades, a oportunidade de amadurecimento dos laços, dos compromissos, e essencialmente da pessoa e do profissional que cada um é, pois devemos sempre estar prontos para o que vier e esses momentos servem para nos moldar e nos fortalecer.
Todos tem qualidades, valores e méritos e se estamos tão envolvidos nessa busca de explicações é porque temos certeza do quanto cada um pode contribuir e do quanto esse grupo é especial. O Basquete de Joinville não se fez em um dia, nem como uma única pessoa, mas com um grupo empenhado, que sempre busca pensá-lo e executá-lo. Portanto, não importa aonde esse momento está nos levando, sei que suas motivações e seus frutos nos levarão para crescimento e aprendizado, mesmo que tenhamos que sofrer e passar por momentos dolorosos, afinal, nada nessa vida vem de graça!
Ninguém está feliz com os últimos resultados, claro que não né. E tu disse tudo ali, além do espírito de equipe, os meninos precisam reavaliar suas atuações. Só dependem deles! Nós estamos aqui, prontas pra apoiar no que for preciso, seja pra gritar na arquibancada, ou pra ficar no stress do scout acompanhando minuto a minuto.