Já faz mais de uma semana que voltei de Uberlândia e ficou faltando concluir a história dessa viagem.
Realmente a aventura estava chegando ao fim. Era 14h quando chegamos a Rodoviária de Uberlândia aonde 24h atrás havíamos desembarcado. Já havíamos almoçado no shopping e fazia bastante calor naquela cidade.O ônibus estava atrasado, o guiche da empresa fechado e eu começando a pensar inúmeras besteiras, mas o ônibus chegou com 15 minutos de atraso e quase vazio.
Não quis olhar para trás, mas já estava sentindo saudades do que tinha vivido ali em tão pouco tempo. Passamos novamente pelo ginásio Sabiázinho, palco do espetáculo que acompanhamos a pouco e aos poucos a cidade foi ficando para trás e voltamos a ter a companhia das lavouras e da estrada, da chuva e do sol.
Logo estávamos em Uberaba, onde ficamos uma hora parados, extremamente entediadas, porque o motorista foi fazer um lanchinho. Seguimos algumas horas e ao entardecer, com o sol se pondo chegamos a Ribeirão Preto, lá o ônibus ficou cheio e mudamos de motorista. Mais 2 horas e estávamos em Pirassununga. Era hora de esticar as pernas, comer alguma coisa, porque não estávamos nem na metade do percurso ainda.
Eu estava cansada, já não existia mais a ansiedade de ver tudo, até porque já estava escuro, havia mudado o horário e eu queria aproveitar para dormir um pouco porque sabia que até Registro a viagem seria tranquila, mas já era possível perceber que a estrada estava bem mais movimentada do que sexta-feira.
Por volta das 0:30h estávamos em SP e novamente parados em frente a garagem da empresa, antes tínhamos passado por Limeira. Nova troca de motoristas. Realmente aquele lado da cidade não me inspirava a mínima confiança e eu queria mesmo sair logo dali. Para piorar uma praga folgada resolveu ocupar as duas poltronas da frente que estavam vazias e as reclinou até o limite, quem me conhece pode imaginar como eu fiquei confortável com isso.
3:30h estávamos parando em Registro e eu estava quase saltitando de alegria e alívio por poder esticar minhas pernas novamente. Na lojinha encontramos uma camiseta que vimos na viagem de ida, parecia que ficou nos esperando e bem lógico que ela veio conosco para Joinville. Queria trazer os bichinhos de pelúcia, mas acho que não conseguiria carregá-los.
Bem, então começou a parte mais difícil e tensa da viagem. Chovia e o motorista parecia estar com muita pressa, porque corria como um louco. Eu estava apavorada, a rodovia muito escura, não tinha a mínima idéia de onde estava, só acompanhava as placas de curvas sinuosas. Minha mãe dormiu boa parte desse trajeto, enquanto eu, com os olhos pesados não me deixava entregar. Aqueles momentos foram uma verdadeira tortura, que só acabou quando percebi que estávamos no Paraná e não havia mais serra para me assombrar, ao menos por enquanto.
O dia estava clareando, era por volta das 6:30h e finalmente estávamos em Curitiba. Boa parte dos passageiros desceu, inclusive o folgado na nossa frente. Fomos novamente para a garagem da empresa e dali já não me incomodava com mais nada, eu só queria dormir. Cochilei, acordei quando passávamos pelo outro lado da represa que me assusta e depois apaguei. Acordei quando o ônibus parou, olhei em volta, achando o lugar conhecido mas sem ter certeza. Eu que achava que veria a entrada em Joinville avistando o Rio Bonito, estava no posto da Polícia Rodoviária em Pirabeiraba. Naquele momento não havia mais sono e meu coração se encheu de satisfação, estava em casa.
Da rodoviária, pegamos um táxi para casa, era 8:30h quando chegamos. Tomei café e logo comecei a desfazer as malas, organizei tudo e finalmente liguei o computador, não aguentava mais ficar sem internet e sem saber o que tinha rolado na minha ausência. Matei a saudade das amigas, coloquei a fofoca em dia e depois me rendi, dormi até o final da tarde. Quando acordei estava o maior temporal só mais tarde pude começar a me dedicar as atualizações e me preparar para voltar a vida real.
Saldo da viagem? Com certeza a experiência mais marcante de toda a minha vida. Foi o momento em que precisei ultrapassar minhas limitações, meus medos, o tédio, o cansaço só para estar algumas horas perto de nossos garotos, alguns deles apenas, é verdade, mas totalmente válido. As horas que passamos no evento não há dinheiro no mundo que pague. Conviver com tanta gente talentosa, num total clima de harmonia e confraternização foi simplesmente sensacional e até inacreditável.
Depois de tudo senti sim, que a missão que traçamos quando começamos a desenhar essa viagem, Rafaela e eu, tinha sido cumprida, da melhor forma possível. Não fomos em 30 nem em 3 como tínhamos planejado, mas estivemos lá, levamos nossa cidade até lá e acredito que de alguma forma deixamos uma boa impressão e um motivo a mais para nossa equipe ser respeitada. E por fim eu digo, faria tudo outra vez! Obrigada a todos que estiveram lá conosco e fizeram desse momento algo para ser eternizado! Que venha o Jogo das Estrelas 2011!