Era 18:15h da tarde de sexta-feira, dia 19 de fevereiro. O táxi chegou, ajeitamos a malas e ao me despedir de meu irmão, de minha avó e de minha cadela lágrimas brotaram nos olhos, tentei disfarçar, não era emoção, era medo. E ele estava me sufocando, fazendo meu coração pulsar com tanta intensidade que eu sentia q iria desmaiar a qualquer momento.
18:30h estávamos na rodoviária. O táxi estacionou tiramos as malas e de longe avistei Rafaela com suas muletas, a dor se tornou ainda maior, ela era para estar embarcando conosco. Em nossas mãos e passou a bandeira e disse que ela a representaria em Uberlândia e que estaria em boas mãos.
Os minutos seguintes pareceram uma eternidade. Nos aproximamos dos portões de embarque e faltando 5 minutos para o horário previsto de saída o ônibus chegou. Nos despedimos e seguimos para esse que era o início da maior aventura que já realizamos na vida. Quando coloquei os pés no ônibus meu coração se acalmou um pouco, mas ainda não o suficiente. E assim, às 19:10h saimos da rodoviária em direção a Uberlândia.
Estávamos a 30 minutos na estrada quando o ônibus fez sua primeira parada, num paradouro em Garuva. A linha vinha de Porto Alegre, ou seja, muitos já estavam lá há algum tempo. Nem nos mexemos, queria atravessar a serra de Curitiba ainda no claro. Dali 20 minutos seguimos viagem. Meu coração acelerou novamente, pois sabia que só teria paz quando atravessasse aquele trecho do caminho que tanto eu temia. E ele veio cerca de 1 hora depois, quando passamos pela represa na decida da serra entre SC e PR senti como se tirasse um fardo enorme das costas e então comecei a curtir o percurso.
Não entramos em Curitiba pelo caminho habitual, entramos antes de São José dos Pinhais. Olhava a minha volta e não fazia mínima idéia de onde estávamos até que o nome de um hotel me chamou atenção e alguns metros depois me deparei com o Jardim Botânico, maravilhoso, ainda não o conheço, por isso a comoção. Dali seguimos para a garagem da empresa, tinha que abastecer o ônibus e ainda tivemos a idéia de como é estar dentro de um lava jato.
Após passar pela rodoviária de Curitiba seguimos viagem, a todo ficamos mais de 1 hora dentro da cidade. Ainda estava cedo, eu fiquei ligada em cada detalhe do caminho, procurando placas, mas era difícil de ler, queria sempre saber aonde estava até que por volta das 11:30 passamos pela divisa de PR com SP. 2:30h mais tarde estávamos fazendo a segunda parada, para nós primeira, era no posto Petropen em Registro. Muito organizado, limpo e bonito, isso prova o quanto faz tempo que não viajo para tão longe, nem sabia que existiam lugares assim.
Continuei ligada em tudo, mas o sono começou a me pegar e cochilei, quando acordei por volta das 3:25h me dei conta que estávamos em São Paulo. Prédios muito sombrios e ruas desertas, exceto nas áreas em obras, tinha gente trabalhando aquele horário. Passamos pelo galpão da Escola de Samba Gaviões da Fiel e lá ainda tinha movimento. Ficamos um tempo estacionados na frente da garagem da empresa, era hora de trocar de motorista. E lá se foi mais uma hora para sair daquela cidade. Na tentativa passamos pelo PlayCenter. A última vez que estive ali fora a 12 anos atrás.
A parada seguinte foi na rodoviária de Limeira, apenas para desembarque. E então continuamos viagem. O dia estava amanhecendo quando paramos para tomar café em Cordeirópolis – SP. Passamos por Araras, Leme, Pirassununga… Acompados de muitas lavouras de cana, milho, florestas de eucaliptos. Até que por volta das 9h paramos em Ribeirão Preto, também para desembarque, ali o ônibus ficou quase vazio e assim seguiu até Uberaba onde chegamos perto do meio dia, almoçamos e então nos demos conta que faltava muito pouco para alcançar o tão desejado destino.
Depois de Ribeirão Preto a viagem pareceu demorar mais para passar. As plantações continuavam, e pareciam não ter fim. Já não aguentava mais ficar sentada, o céu estava limpo com um sol escaudante. Próximo as 13h avistamos muitas construções e tive certeza que faltava muito pouco realmente. Da rodovia vimos o ginásio onde logo mais estaríamos com nossos garotos e aquilo fez a ansiedade retornar.
Desembarcamo na rodoviária de Uberlândia as 13:15h, ainda um pouco incrédula de que realmente estávamos ali. Embarcamos no táxi e então descobrimos que os percursos de Hotel – Ginásio – Shopping – Rodoviária, sairiam bem caros, porque tudo era longe.
No hotel a tristeza, a internet não funcionava no quarto. Ficou a frustração de que não poderia mandar notícias como tinha me programado. Esfriei a cabeça com um banho e dali fomos fazer um lanche nossos horários de alimentação já estavam tão revirados, mas agora realmente eu estava sentindo fome e foi verdadeiramente a primeira refeição que fizemos desde que saímos de Joinville.
Ficamos apenas um hora no shopping. Aguardávamos o táxi quando o telefone tocou… bom mas isso é uma outra história…
E a parte 2? To curiosa!!!! hehe
Beijos