Joinville 67 x 61 Palmeiras/Araraquara

Domingo de manhã, corpo todo dolorido das atividades de ontem, cansaço, dor de garganta, só o basquete para me tirar cedo da cama. A saudade e a angustia que eu vinha sentindo a semana toda eram grandes demais para perder essa chance de vê-los.

Olhos cheios de lágrimas quando entraram em quadra para a velha exibição de aquecimento, mas sem “Tropa de Elite” como trilha. Meu coração permaneceu inquieto, tenso até o início da partida. Durante boa parte dos dois primeiros quartos eu tentei registrar os lances, mas estava nervosa, inquieta, que tive que decidir que era hora de torcer e quando eu largava a câmera, as coisas melhoravam.

Foi uma daquelas vitórias suadas, emocionantes e decidida nos últimos minutos. Em quadra vimos uma equipe obstinada, guerreira, fazendo qualquer coisa para se manter na posse de bola. A defesa falhava, lá estavam eles tentando se corrigir. A bola de três não entrou, vamos encarar mais infiltrações. Havia um nervosismo, uma preocupação, mas no final quem ganhou o jogo novamente foi a superação. O aproveitamento dos arremessos não foi bom? É parece que a bola está meio irritada conosco, porque insistiu diversas vezes em não entrar, em compensação a coragem e a determinação não falharam e mostraram novamente porque nossa equipe está onde está.

O jogo de hoje segue demonstrando que há sempre coisas novas para aprender, para corrigir, mas mostra principalmente o quanto amaduremos, apresentando reação nos momentos decisivos, lutando com todas as forças e permitindo que as estrelas de cada um brilhem no momento certo. Entranto deixou claro que a decisão só depende da capacidade e da tranquilidade de cada um em utilizá-la. E isso se reflete nos resultados coletivos, onde pode-se destacar as incríveis assistências e recuperações de bola, e os momentos em que a bola era mais trabalhada que também trouxeram grandes alegrias. Individualmente uma apresentação digna de Espiga, que entrou com vontade, com pulso e liderou a equipe no último quarto. André com um double-double, 11 pontos e 10 rebotes, foi o gigante do garrafão. Manteguinha metendo a cara dentro do garrafão. Shilton e Tiagão, dando uma canceira na defesa. E Jefferson, novamente ele, que desencantou em momentos decisivos e ainda nos presenteou com uma bela enterrada, sendo o homem mais eficiente da equipe, seguindo por André.

Quando falei que o jogo de hoje mostra o quanto há para aprender, não me referi apenas a equipe, na verdade eles sabem disso melhor do que qualquer um, me referi principalmente a torcida, sempre tão valente, tão forte, mostrou-se apatica em momentos difíceis, até parece que está mal acostumada, querendo apenas “curtir o espetáculo” e olha que isso não são palavras minhas, mas quando as ouvi depois do jogo vi que eram verdadeiras e me incluo nessa “bronca”. Talvez estamos acostumados demais com vitórias que esquecemos que cada jogo é uma nova história e que o incentivo deve ser contínuo.

Na temporada foram 35 jogos, entre Estadual, Jasc, Sul-Brasileiro, amistosos e NBB, tudo isso em quase 4 meses. Do total, apenas uma derrota, fora de casa para o Paulistano em partida válida pelo NBB. Em casa, continuamos invictos. E olhando dessa forma até parece fácil vencer e que não existe outro resultado possível. Desta forma, é lógico que inclusive nós nos tornamos acomodados. São 40 minutos de jogo, são 40 minutos que temos que torcer e hoje só acordamos quando o time começou a reagir, parece que nós que precisávamos de incentivo para torcer. Isso não soa estranho?

Pois bem, só nos restam duas partidas antes que o ano acabe, terça pela final do Estadual e dia 17 contra o líder Universo pelo NBB. Até lá muito trabalho será desenvolvido, será uma partida importante para todos. E por isso eu só peço que Deus possa lhes oferecer calma e tranquilidade para que cada um possa doar o seu melhor a equipe. Todos na vida enfrentamos dificuldades, mas nos momentos certos Deus sempre nos presenteia com algo que nos dá a força necessária para seguir em frente, mas nós precisamos estar atentos para enxergar e aceitar. Se digo isso, é porque hoje fui presenteada com a presença de um grande amigo no jogo e isso me deu forças para não esmorecer durante o jogo, mesmo diante de tantas adversidades e contra sentimentos ruins que me rondam a dias, me permitindo estar aqui, escrevendo e tentando dar a vocês garotos, incentivo e um pouco da minha força, porque estou com vocês, mesmo se vocês não me quiserem por perto. Sei que estão indo além de seus limites e que algumas coisas fogem ao controle de vocês, mas acreditem, vocês tem o poder de fazer as coisas darem certo e as coisas vão ficar bem, há de existir solução para os fantasmas que assombram a quadra e suas mentes.

A torcida só posso dizer, vamos mostrar nossa força porque o líder vem aí e nossa equipe vai precisar mais do que nunca de nosso apoio. Acho que já existem dificuldades suficientes para a equipe superar, não sejamos mais um fardo, mas sim a força que os fará seguir em frente.

Parabéns garotos por mais essa vitória e por nos mostrar como se vence uma partida, seja ela na quadra, seja na vida!

1 thought on “Joinville 67 x 61 Palmeiras/Araraquara

  1. Desculpe-me Ketty, mas…
    Sob meu ponto de vista o jogo do último domingo foi muito ruim! Nível técnico deprimente… Saí de lá chateado e triste porque já presenciei inúmeras vezes nosso time jogar cem vezes mais bola do que jogou. O placar baixíssimo poderia ser atribuído a duas ótimas defesas, por exemplo… Mas não: foi em virtude de duas péssimas atuações, de ambos os lados.
    Rezo para que não voltemos a fazer, neste campeonato, um jogo tão feio de assistir!
    Acho muito importante a participação da torcida, empurrando o time e pressionando o adversário. Mas se o "espetáculo" em quadra não contribui para elevar o ânimo…
    Assisti o jogo pasmado com as trapalhadas que vez ou outra me fizeram rir…
    Se pretendemos ser finalistas, como disse Bial hj mesmo no Globo Esporte, atuações como esta diante do Lupo/Araraquara não podem se repetir a não ser o placar que nos foi favorável…

    Eduardo.

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