Sei que falei que não vale mais a pena comentar o ocorrido porque o que aconteceu é passado, tudo já foi decidido e realmente não é isso que desejo fazer, acho que a questão agora é um pouco maior: e nós o que vamos fazer? Violência, retaliação, baixaria vale a pena? Tenho visto pessoas no calor das discussões fazendo “promessas” de todos os tipos, porém que tipo de torcida queremos ser afinal? Se quisermos ser grandes essas palavras e atitudes não poderão fazer parte da nossa vida, principalmente nesse momento. Acredito que não podemos ficar omissos diante de tudo que foi dito e mostrado para todo pais e que sabemos não ser verdadeiro. Fomos ofendidos, humilhados, desrespeitados, mas isso não nos dá o direito de agir com violência, ofensas, ou seja, devolver na mesma moeda. E sei que muitos não concordarão com as palavras que escreverei adiante, mas ao menos me dêem um crédito e reflitam, por maior que sejam seus sentimentos negativos em relação aos personagens. Somos muito maiores do que tudo isso, mas nossas atitudes precisam condizer com as palavras. Exemplos de contradições já temos de sobra.
Estou chamando a responsabilidade da torcida para um fato que pode vir a prejudicar a nossa equipe, não podemos agir de cabeça quente. Tenho certeza que não há um cidadão joinvillense, mesmo que não acompanhe o basquete, que não tenha ficado indignado com as atitudes e declarações da pessoa em questão e não tivesse vontade de dizer-lhe poucas e boas ou agredi-lo, mas o que ganharíamos com isso? Nada justifica a violência e por isso mesmo não devemos hostilizar a delegação, ofender quem quer que seja, partir para a ignorância, porque os fracos apelam para a violência e para mentiras para se destacar e nós não precisamos disso, além do que educação se aprende em casa e devemos tratar os outros como gostaríamos de ser tratados, agindo dessa forma estaríamos dando razão a tudo que foi declarado contra nós. E pensemos no fato de que nossos garotos também vão viajar para a “casa” deles, sabemos que eles não são tão educados quanto nós e vão hostilizá-los e coisas piores, mas ao menos sabemos que não demos motivos, fizemos nossa parte. Não está em questão se o grupo em questão merece todo esse nosso “zelo” mas o fato de que esse é o momento para mostrarmos quem somos de verdade, um povo que não gosta de violência, nem a incentiva, que não alimenta rivalidade fora da quadra, que respeita as equipes, sua história e suas conquistas, que defende sua cidade e sua equipe mesmo que tudo esteja dando errado, mas não a qualquer preço , que repudia a injustiça, defende a moralidade, a imparcialidade e a punição a quem quer que seja, contanto que lhe seja cabida e proporcional ao mal causado.
Dizem que cada um luta com as armas que tem, a minha são as palavras e se toda essa história não me incomodasse e não me preocupasse tanto, tenham certeza, eu não tocaria mais nela. O que percebo é que talvez, mesmo que por caminhos tortos, tudo isso seja um divisor de águas para nosso grupo, que pode nos fortalecer, ou nos derrubar, depende de como o vamos encarar. E eu proponho lutar, de forma limpa e leal, deixando o passado em seu lugar, mas oferecendo a nossos adversários a única arma que existe contra a violência: a indiferença. Aos jogadores cabe jogar da melhor forma possível, dentro de tudo que sabem e conhecem, a nós torcedores cabe fortalecer, incentivar e vibrar. Se todos fizermos nossa parte escreveremos juntos um novo capítulo nessa história e porque não dizer, um importante capítulo.
Esqueçamos os nomes, as cores, o peso da marca e concentremos nossa força e energia em nossa equipe, a única coisa que realmente importa. Aos adversários a indiferença, o silêncio; aos nossos o sabor de ser simplesmente grandioso e verdadeiro.
SE VOCÊ AMA JOINVILLE E AMA O NOSSO BASQUETE, PENSE A RESPEITO. E SE NÃO FOR PEDIR DEMAIS, PASSE ADIANTE!