Demorei para escrever hoje, talvez porque não soubesse como começar, aliás, começar é sempre o mais difícil. O ginásio hoje não era nem de perto o que eu esperava, talvez eu esperasse mais, mais gente, mais vibração, talvez fiquei frustrada com a torcida e isso tenho apagando um pouco da minha inspiração, daquilo que eu imaginava ser um espetáculo, mas a minha emoção ao ver o time completo entrando em quadra, foi imensa. Como não me emocionar com a entrada triunfal de nossos guerreiros ao som de “Tropa de Elite” outra vez? Só que logo de cara em percebi que havia um grande mal em ser sócio torcedor: fiquei longe dos “meus meninos”, meninos esses que no começo quase não reconheci. Nervosismo, tensão, ansiedade, uma mistura de sentimentos talvez tomou conta da quadra e de seus corações. Placar apertado, erros, desatenção, mas uma defesa brilhante, que não tardou a mostrar sua eficiência e sua força. As bolas não queriam cair, a bola não chegava aonde devia chegar, parecia que tudo estava errado e ainda assim eles continuaram, simplesmente porque sabiam que aquilo não era nem de perto o que eles sabem e podem fazer. Por vezes me peguei durante o jogo, observando jogadas, passes e falando para mim mesma, “vocês fizeram isso no treino, vai dar certo, vocês sabem fazer”, as vezes não deu certo, mas em outras tantas, foi ainda melhor do que no treino, porque era para valer.
Mesmo alguns pontos atrás, eu sabia que a história acabaria como devia acabar: com uma vitória nossa, suada, merecida, importante. Mas mais importante do que isso foi o que ela mostrou, que por mais que tudo pareça desmorronar, nada funcione, ha sempre alguém que toma as rédias, sinaliza uma direção. Talvez tenha demorado para nosso ataque deslanchar, o que é o sinal de alerta, mas nossa defesa funcionou, o que mostra que não é por acaso que fomos eleita a melhor na última temporada e são nessas horas que percebemos quantos diferenciais nós temos.
Poxa, Shilton se recuperando de uma gripe, jogando provavelemente no limite de suas forças, tomou vários rebotes com toda garra e segurança, enterrou, recebeu assistências fantásticas de Manteguinha, que por sua vez tinha a pressão de estrear em casa sobre seus ombros após 4 meses afastado e vamos combinar não dá para exigir que ele tenho um desempenho total sendo que ele mal voltou a treinar normalmente e ainda assim, foi o maior pontuador da equipe, com 15 pontos. Tiago, um gigante nos rebotes hoje também. Audrei presente nas horas certas, fazendo a diferença. Agora preciso falar de duas pessoas em especial hoje.
Talvez eu esteja errada, mas foram as pessoas que mais me passaram tranquilidade e concentração e que com certeza foram um grande diferencial na noit
e de hoje: Espiga e Douglas. A experiência e a vibração. Espiga foi um verdadeiro maestro, um líder, como há tempos não o via, decisivo, observador, atento a todos os passos do grupo. E Douglas, que prazer vê-lo por mais tempo em quadra. Ele não foi o maior pontuador, mas em compensação foi a raça, a coragem, a confiança, a pessoa que estava ali para dar o apoio no momento exato, não para definir e que em se tratando de basquete é tão importante ou até mais importante do que quem define.

Então nessa noite meus amores, quero agradecer por mais essa vitória, desejar que vocês possam deitar a cabeça no travesseiro, descansar e amanhã, com calma, possam refletir sobre o que faltou para que cada um ficasse satisfeito. Eu não vou dizer a vocês o que lhes falta, porque sei da capacidade de todos, aliás, é justamente nesse ponto que ir aos treinos tem me auxiliado, a cada oportunidade conheço um pouco mais do potencial de cada um e me perguntaram essa noite quem eu achava o melhor jogador e eu respondi: – Eles são os melhores jogando juntos! Por isso minha confiança não está abalada, apenas a certeza de que o trabalho precisa continuar, tudo que vocês precisam está dentro de vocês, vocês só precisam deixar vir a tona! No mais parabéns pelo jogo e amanhã, temos um novo encontro. Fiquem com Deus.