Reencontro

A semana já andava bem esquisita, horário estendido de trabalho, pressão, cansaço, mas seria a primeira que estaria de volta a Joinville em horário comercial com eles de volta aos treinos. Já na segunda-feira meu coração pulsou forte quando passei na frente do ginásio. Notícias, jornais impressos, entrevistas em vídeos foram meus companheiros durante esse período. Essa expectativa só fez minha saudade aumentar. Certo dia ouvindo rádio durante a longa jornada de trabalho na qual me encontro, estava ligada na Atlântida e tocou uma música do Akon, justamente uma que um dia li ser uma das preferidas de Williams, de imediato bateu uma enorme saudade dele e por fim de todo o grupo.
Eu que achava que todo esse meu fascínio pela equipe acabaria junto com o campeonato, que o tempo me mostraria que eu estava sendo tola e outros pensamentos negativos, que não passava de uma fase, que logo a vontade de escrever, a inspiração, a graça de todo esse movimento em torno da equipe, a melancolia de ficar longe, ia acabar, percebi essa semana que ao menos para mim tudo isso está longe de chegar ao fim.
Havia no meu peito uma necessidade gritante de vê-los, de ouvir o som do atrito do piso com o calçado, da bola quicando, era como se fosse isso que me devolveria a energia que está me faltando, todos esse desgaste e pressão está realmente me enfraquecendo. Enfim ontem decidi caminhar um pouco e ao me aproximar do ginásio meu coração já estava enlouquecido dentro do peito, mas tive que me contentar apenas com sons. Não satisfeita voltei hoje, mas sem expectativa, sem acreditar que algo seria diferente hoje, mas foi.
O mesmo som invadiu minha mente e já estava ficando frustrada por mais uma vez não vê-los, caminhei para seguir meu caminho até em casa, quando vi a porta lateral aberta, não resisti. Na penumbra, olhando através das grades os vi finalmente e como explicar o misto de coisas que se passaram por minha mente, a mistura de sentimentos que nem se quer eu sei explicar, esperei tanto por esse momento. E quem seria capaz de arrancar aquele sorriso que brotou em minha face tão logo senti aquela energia outra vez. Coração saindo pela boca e vontade de vibrar a cada jogada como se fosse realmente uma competição. Fiz uma contagem mental, procurando os rostos conhecidos, os novos, como se estivesse me certificando de que não faltava ninguém e então acordei do sonho, porque o treino havia chegado ao fim. Reunidos no centro da quadra eles se encontravam quando resolvi me distanciar, uma forma de respeito aquele momento que era deles e do professor Bial, mas de onde estava ouvi o tão empolgante: “Joinville!” aí fiquei realizada e emocionada, pois vê-los me deu a certeza de que estão todos bem e isso me tranqüiliza.
Apesar disso ficou a frustração, de não ter falado com ninguém, exceto, enquanto esperava o ônibus que Tiago me cumprimentou ao me ver, frustração por de repente sentir que se a fase não passou para mim talvez tenha passado para eles. Tudo bem, eu estava longe, quase escondida, como sempre covarde em me aproximar, em me deixar ver. O blog, minhas palavras, eu mesma já não sou mais uma novidade, uma grata surpresa e talvez eu tenha é ficado no passado junto com a temporada, junto com a recordação de tantos outros fãs. Alguns me diriam que não deveria pensar isso, mas é o velho fantasma da rejeição me rondando outra vez, não queria ser apenas mais um rosto no meio da arquibancada, mais uma lembrança, queria continuar existindo, assim como meu blog, que vem sobrevivendo por tanto tempo sem jogos, praticamente sem comentários, mas ainda assim vivo, porque é movido pela necessidade que tenho de manter acesa essa idéia, que sempre me trouxe tantas coisas boas e que gostaria que continuasse proporcionando coisas boas para aqueles a quem é destinado. Quero acreditar que a semente que plantei e frutificou na última temporada possa se desenvolver e dar novos frutos, naturalmente.
Porém, o importante é que vocês estão de volta ao trabalho e como disse o prof. Bial ontem ao Globo Esporte, “o importante é que o Basquete de Joinville tá vivo, tá trabalhando, tá animado, tá pronto pra lutar”. E independente do que acontecer comigo, eu não vou abandonar esse sonho, porque ele ainda me alimenta e ele ainda é de vocês. Fiquem com Deus!

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