1o confronto …

Por um momento pensei que meu coração fosse parar, talvez ele realmente tenha parado, no momento que o cronômetro parou. Ficou o silêncio, a incredulidade. Um nó se formou na garganta e quando percebi as lágrimas já me escapavam dos olhos. Raiva, comoção, frustração, tristeza, compaixão, tantos sentimos distintos misturando-se dentro do peito: transbordei. E talvez a gota d’água em meu copo cheio, não tenha sido efetivamente a derrota, mas perceber no Manteguinha um peso enorme sobre os ombros, o olhar distante, de repente refugiado, longe de tudo de todos, por não ter convertido a última cesta, que empataria o jogo e nos permitiria uma última chance. E não tão nítido, sentir que por dentro todos estavam remoendo aquilo, porque fizeram um excelente trabalho e mereciam a vitória, já que para a mídia e para o campeonato é isso que qualifica uma equipe. Copiosamente eu chorava, dóia de uma forma que nem sei explicar e eu não sabia como lidar com isso e pela primeira vez desde que me atirei de cabeça nessa paixão eu realmente fraquejei. Chorei de raiva por mais uma vez termos sido sacaneados em algumas jogadas, como se a outra equipe tivesse mais valor do que a nossa; chorei por frustração, por achar que não tinha sido forte o suficiente para lutar até o fim, por achar que tinha gritado pouco, vibrado pouco. Estava sofrendo por vocês, estava sofrendo por não aceitar que aquilo estava acontecendo, vocês mereciam mais diante de tudo que vocês tem nos dado, diante do belo trabalho e da bela apresentação ontem, eu não me canso de dizer que vocês não perdem em nada para essa outra equipe, o que nos quebrou foram os detalhes, que podem ser superados.
Mas por um momento eu perdi a cabeça, perdi a fé, a esperança e pensei que tinha perdido vocês também. Mas após o apoio das minhas mais novas amigas, Laryssa, Michele e Jéssica, companheiras fiéis de fila, de torcida e de arquibancada, tive um lampejo de sanidade, culminando com a liberação da quadra. Precisava deixar meu carinho, sentí-los, mostrar que eu estava ali e que os amava e estava orgulhosa com a atuação, dizer palavras de incentivo que infelizmente não sairam a contento, eu não estava raciocionando muito bem, e então vocês me surpreenderam outra vez. Com um sorriso no rosto, vocês estavam lá, fotografando, autografando, abraçando, pedindo a apoio, pedindo torcida para os próximos jogos, mesmo que por dentro estivessem destroçados. Vocês reacenderam a minha esperança, fizeram eu me reencontrar. Ainda não acabou, está apenas começando. Sei que estava tão perto e ainda é difícil acreditar que nos escapou por entre os dedos, mas os números servem para o campeonato e chega a ser injusto depois da partida que fizemos não termos levado a vitória, mas o esporte é assim, alguém tem que perder, para outro ganhar, hoje infelizmente fomos nós. Claro, vencer é bom, todo mundo só lembra do vencedor, mas apesar do resultado o que vimos foi um time lutador, perseverante, unido, que reagiu em momentos decisivos, correu, marcou e insistiu até o último segundo. Houveram falhas, cestas não convertidas, alguns desiquilibrios e uma arbitragem falha e tudo isso contribuiu para que não alcançassemos essa vitória, mas esse foi só o início da batalha. O momento é de esfriar a cabeça, respirar fundo, repensar as ações, tudo isso já é passado. A única coisa que não deve ser esquecida é a capacidade e a vontade que vocês tem de mudar a história, de vencer, tão pouco desconsiderar todo o trabalho desempenhado com tanta garra e união. Não será o resultado de hoje que vai mudar o que sentimos por vocês, nosso carinho e admiração são maiores do que qualquer prêmio e querem saber, fiquei me perguntando o que aqueles tolos de Blumenau e companhia limitada ganham vindo aqui torcer para aquela equipe que nem sabe que eles existem? Sim, porque nós, vamos para o ginásio torcer e ganhamos além de um grande espetáculo, o carinho, o agradecimento e a atenção de vocês. É isso que faz a diferença, é isso que os enautece.
Não deixem de acreditar que vocês fizeram uma bela partida, aproveitem o que deu certo, analisem o que não saiu a contento. Tenho certeza que o prof. Bial saberá restabelecer a serenidade para permitir que vocês sigam em frente confiantes e com sangue frio. Talvez na casa do adversário, tal como aconteceu em Limeira, lhes seja permitido usar menos o coração, mesmo com a torcida contrária fazendo pressão, jogar em casa é uma responsabilidade enorme e que mexe com vocês, porque vocês sabem que é sincero e isso emociona. Talvez ver tanta gente gritando, aplaudindo e porque não dizer cobrando resultados, aumente a pressão, deixa o coração em evidência e há momentos que o coração rouba nosso equilíbrio, afinal vocês são humanos também. Bem, sabiamos que não seria fácil, mas ainda assim vocês não entregaram a partida e tem seus méritos, então bola pra frente meus amores, vamos virar! Fica o aprendizado e a força para continuar lutando. Eu acredito no Basquete de Joinville! E me orgulho muito de vocês…
Que Deus proteja a todos e não esqueçam não importa o que aconteça eu vou amá-los da mesma forma, porque uma parte de mim vai murchar se eu perdê-los. Força guerreiros, isso foi apenas o começo… Um forte abraço a todos…

2 thoughts on “1o confronto …

  1. Ketty. Fica tranquila que o Joinville ainda vai jogar a 4a. partida aqui em Joinville. Quando comentei com relação ao fato do Bial ter errado com o Manteguinha, não foi desmerecimento, foi simplesmente pelo fato de ele ter sido o jogador mais marcado pelo Flamengo o tempo todo. O Tiagão estava muito seguro em quadra e não tinha tantos cuidados de marcação como o Manteguinha tve. Quando o Bial creditou a ele a jogada final, claro que levou em conta a confiança que todos mantemos. Mas você não concorda que a jogada foi forçada demais em cima dos pivôs do Flamengo?
    MAs vamos trazer uma vitória do Rio. Ainda aacredito nisto.
    Abração e obrigado pelos comentários no Blog.

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