Sábado, 6:30, toca o despertador. Reunião de trabalho às 8h. Haja motivação, mas os compromissos devem ser cumpridos. E o cansaço ainda perturbando, tanto que deitei na noite anterior às 22:40 e apaguei, nem se quer para o blog tinha disposição e olha que acho que desde o começo não fiquei tanto tempo sem escrever, mas eu estava muito cansada mesmo, e não é só físico e principalmente mental e isso que está acabando comigo e as coisas não facilitando nem um pouco também.
Durante a palestra tive a surpresa de perceber que mesmo num contexto um pouco distante da quadra, em minha mente tudo acabava em basquete, ainda mais quando se falava de grupo e equipe. Discutia-se o fato de que nossos alunos efetivamente não sabem trabalhar em equipes, mas em grupos. Por que? Os grupos, por definição são aglomerações de pessoas com pensamentos, sentimentos diferentes e sem um objetivo definido, enquanto uma equipe tem afinidades e encontra um objetivo comum para perseguir, possuem algum envolvimento e responsabilidade com o resultado final, mas quem detém as informações é o líde. Pensando nisso acabei indo mais longe e me perguntei: o que é time? Fui buscar um conceito na internet e o que mais me chamou atenção foi o seguinte: “Um Time é fundamentado em um conjunto de indivíduos, que associados buscam uma ação comum, com determinado fim. Os membros de um timetêm conhecimento de todas as informações, etapas e filosofia do trabalho a ser realizado. São indivíduos liderados por um responsável, que procura integrar o grupo às tarefas a serem desenvolvidas, buscando motivar, empreender e envolver o senso de responsabilidade e emocional de cada indivíduo no trabalho” (Luciano França). Quando terminei de ler tive a feliz constatação de que nós temos um time de basquete, não uma equipe, porque ler essa definição foi como olhar para vocês em cada jogo, cada orientação do mestre, a motivação gerada entre vocês mesmos, há momentos que vários de vocês também assumem esse papel de líder e isso é excelente, só grandes líderes conseguem formar outros líderes. Até que acordar cedo serviu para eu filosofar um pouco hoje, que maravilha.
No intervalo, mais basquete. Eis outra contribuição da palestra. Em conversa com outro professor, também torcedor da equipe, ele me atentou para algo interessante. O palestrante falava sobre dismistificar temas tidos como difíceis para os alunos, dismistificar disciplinas que são tidas como complicadas, só porque quando nós fomos alunos o professor dizia que era assim e foi justamente nesse ponto que o outro professor tocou. “É o momento de nosso líder dismistificar o Flamengo para o nosso time” disse ele. Parei para refletir e continuamos a conversa, de repente aquele comentário fazia o maior sentido do mundo, afinal a mídia adora enautecê-lo, como se fosse invencível. Se ele é realmente tão bom e tão forte eu não consigo responder, porque tecnicamente sou leiga, o que sei é que parece que todos concedem um “poder” a essa equipe que não é verdadeiro. Tanto é verdade que da para perceber que colocou-se eles num pedestal como se fossem intocáveis, porque parece que todo mundo tem medo de enfrentá-los. Ok, eles tem seus méritos, lógico, mas o que eu quero deixar é que eles nãos são sobrenaturais, nem perfeitos.
O comentário se deu pela percepção de que nosso desempenho diante deles foi inferior a nossa capacidade, como uma espécie de bloqueio, porque é o Flamengo, coisa que talvez tenha acontecido no primeiro jogo contra o Limeira também, como se ficasse estigmatizado que por terem perdido no período de classificação, a tendência seria a derrota outra vez, mas a verdade veio nos últimos jogos, trazendo uma motivação, um equilibrio e uma serenidade ao grupo que me deixa satisfeita e que é perceptível e se estou comentando essa conversa é justamente para que seja aproveitado esse bom momento para acabar com esse mito do Flamengo, a condição do time hoje demonstra que estamos vivendo um momento único, mágico e que só vem a contribuir para fortalecer laços, relações e o jogo em si.
Mas chega de filosofar por hoje né, fala sério. Vamos falar da exposição. Que fantástico, maravilhoso, quem ainda não foi não sabe o que está perdendo. Lógico que para mim, que tinha tido uma amostra durante a montagem ontem a tarde, me emocionei ainda mais quando os vi lá ontem a noite. Que astral, que alegria. Falando sério, vocês estão com um energia muito boa, não disperdicem isso, concentrem e a guardem bem dentro do coração de vocês. Sei que ano passado eu não estava tão próximo, mas ainda assim eu não sentia o que estou sentindo agora, as circunstâncias são quase as mesmas, mas vocês não são mais os mesmos, vocês evoluíram (e nem são pokemons, rs essa foi ótima agora) enquanto atletas e principalmente enquanto time e esse carinho que vocês dispendem a nós torcedores é indescritível. Tudo corrobora para uma esfera familiar, alias porque não citar a presença de esposas, filhos, mães no evento também, eu acho isso surpreendente, até porque são a base de vocês e admiro, principalmente as esposas que acima de tudo são companheiras, seguram a barra, lhes dão força, equilíbrio, incentivo, aqui aquela máxima de que “santo de casa não faz milagre”, não cola. Estou falando alguma mentira? Eu acho que não, é só prestar atenção no envolvimento, no apoio que também elas dispendem a causa.
Eu particularmente, estou muito feliz de ter tido mais essa oportunidade de estar com todos vocês, mas de principalmente constatar o quanto vocês são educados, atenciosos, gentis e preservam guardadinho dentro do peito um jeito moleque inconfundível e encantador. E também poder fazer trocas com outros torcedores foi incrível, conhecer as experiências, os pensamentos, demais. É magnífico ver como um esporte mobilizou tantas pessoas, show para o pessoal que foi ao aeroporto receber vocês, queria muito ter estado lá também. Todos que tem visitado a exposição, sem falar no pessoal que comenta nas comunidades do time, lota ginásio e tudo mais. Vocês são a cara da perseverança, da coragem e da alegria de nossa cidade. Uma coisa engraçada que aconteceu foi minha mãe, após cumprimentarmos a todos dizer o seguinte “É, realmente são todos filhos do mesmo pai!” para ver como é fácil sentir a influência da postura e da conduta do prof. Bial em vocês, cada um tem um pouquinho dele e acredito que ele também enxerga isso, tanto que fala sempre muito orgulhoso de vocês e os defende em qualquer instância. É fascinante enxergar isso, só me faz admirá-los ainda mais, só que todas essas oportunidades que tive de estar perto de vocês só me fez perceber que me orgulho de vocês, não apenas pelos atletas que vocês são, mas também pelas pessoas. E eu como amante da alma humana, apesar de não ser nenhuma estudiosa no assunto, vivo observando e sempre vejo coisas interessantíssimas, apesar de às vezes fazer julgamentos errados. Como fiz recentemente, mas ainda não vou falar sobre isso, preciso amadurecer um pouco o assunto. Mas um fato relevante sobre a alma humana é a curiosidade. No nosso contexto as pessoas tem necessidade de saber por exemplo a nossa preferência, fui questionada algumas vezes em relação a isso. Sou categórica, não tenho preferido, não enquanto torcedora, o que tenho é que cada um me cativa de um jeito, tem uma coisa que me chama atenção e para eu ter um preferido teria que pegar uma coisinha de cada um e criá-lo.
Bem, acho que já escrevi demais por hoje, mas queria compartilhar uma coisa. Ontem recebi a ligação de um grande amigo meu, que está morando longe, queria compartilhar algo que está prestes a acontecer para ele e que há muito torcemos para que dê certo, fiquei radiante. Em menos de uma semana, pude conversar com dois grandes amigos, pessoas fundamentais em determinados momentos da minha vida, provando que mesmo que eu tenha perdido um amigo: eu ganhei dois, porque apesar de distantes eles não deixaram de ser meus amigos. Quis contar porque acredito que tudo tem a ver com essa mágica que vocês vem realizando na minha vida, de me deixar sempre com um sorriso no rosto. Enfim quero dizer que estou muito feliz e muito tranquila para o que está por vir. Desejo um excelente domingo a todos, fiquem com Deus… e sabe né, eu amo vocês!
ps.: comprei os jornais de hoje e de amanhã, tem umas fotos muito lindas, vou tentar scannear as reportagens para colocar aqui, ficaria show.
Profª Ketty, parabéns de novo pelos seus comentários. Tendo sido citado no seu último texto, gostaria de esclarecer melhor o meu ponto-de-vista a respeito da "desmistificação" do time do Flamengo enquanto time "imbatível" e que "mete medo" nos seus adversários. Percebi claramente no último jogo entre Flamengo e Joinville que alguns jogadores do nosso time, grande parte eu diria,renderam muito abaixo do seu normal. Percebi uma insegurança incomum nas penetrações no garrafão adversário, aparentemente temendo um "toco" humilhante diante da torcida da casa. Muitos erros básicos (que não são comuns ao nosso brioso e técnico time). Apenas alguns exemplos do que eu chamo de "síndrome do flamengo", que precisa ser quebrada para pensarmos efetivamente no título brasileiro. Difícil ? Sim ! Impossível ? Definitivamente não ! Temos um diferencial que pode e deve fazer a diferença nesta semi-final : o espírito de equipe incondicional, as deficiências de um sendo supridas com o esforço adicional do outro. Ah, esqueci do nosso outro diferencial : nossa maravilhosa e apaixonada torcida. Joguei basquete durante 15 anos em vários times e cidades diferentes e jamais recebi o carinho e o incentivo que esta fantástica torcida dispensa ao nosso time. É emocionante ver essa gente joinvillense empurrando este time com tanta paixão. Mestre Bial, como você o chama, terá a grande missão de desmantelar a "síndrome do flamengo" e mostrar aos seus brilhantes comandados que eles são sim os grandes candidatos ao título, e que a não convocação do Sobral, Shilton e Manteguinha para a seleção do Moncho (eu convocaria todo o time), servirá como mais um fator motivador para os "preteridos" darem tudo de si nesta semi-final e final. Vai ficar ridículo e inexplicável para o Sr. Moncho quando o nosso time colocar a faixa de campeão brasileiro no peito sem ter tido um único jogador sequer convocado para a seleção.
Um time campeão tem que ter jogadores capazes (temos), todos numa fase em que tudo conspira a favor (assim seja), leia-se : todos no seu melhor momento técnico e emocional. Isto quebra qualquer mística flamenguista. E que venha o flamengo ! Com Marcelinho, Duda, Baby e Companhia ! Não vai ter prá ninguém !