Uma declaração de amor permanente a Equipe de Basquete de Joinville e a todos os atletas que nos honram e honraram ajudando a construir a nossa história!
Foi num dia qualquer que um recado no meu twitter chamou minha atenção, mas ao contrário das outras vezes não me empolguei, desde o início essas coisas nunca deram certo. – Porque agora seria diferente? – Pensei. Preferi me resguardar e não deixar a empolgação tomar conta de mim, apesar de parecer bem difícil.
A verdade é que não era animação que eu sentia e sim o medo e a angústia de me expor, vergonha no melhor sentido da palavra e olha que para quem já pagou alguns micos jornalisticos isso não seria um grande problema, mas no fundo era, era uma grande provação.
No meio da tarde de uma quinta-feira, eu começando a gripar meu celular toca, sim era a ligação que eu esperava, mesmo que inconscientemente. Fui para casa numa ansiedade sem tamanho. Juntei tudo que podia, carreguei a bateria do netbook, verifiquei a internet, nada poderia falhar.
Fazia frio quando cheguei ao ginásio naquele noite. Meu coração batia tão forte, havia tanto tempo que não me encontrava ali e me vi de revivendo tantos momentos, inclusive a angústia de ter perdido os jogos decisivos, não ter podido ir a São Paulo e desde então estar sem vê-los, acompanhando a distância noticias desencontradas, incertezas. Confesso no primeiro instante foi muito doloroso estar ali e eu sabia que a única coisa que aplacaria o que estava sentindo era entrar no ginásio e encontrá-los lá dentro, mas eu sabia que isso não aconteceria, já que estava virando rotina esses desencontros, naquele dia não foi diferente.
A espera parecia infindável e cheguei a pensar que mais uma vez aquele momento seria frustrado, até que a pessoa que eu esperava chegou: Julio Prestes, da Ric/Record em pessoa. Não havia mais dúvidas, eu teria que enfrentar a câmera, mas pensei comigo: – Estou fazendo isso pelo basquete, então vale a pena!
Naqueles poucos minutos enquanto se desenvolvia a matéria, tive a oportunidade de contar momentos engraçados, importantes e marcantes dessa trajetoria e confesso que depois que sai de lá percebi que havia tantas coisas importantes para serem ditas e que como sempre, eu esqueci de dizer, porque sou assim, meio faísca atrasada, demoro para processar e quando as coisas veem a mente já é tarde.
Enfim, o que estou lhes contando é um resumo de como esse momento se tornou meu presente de Natal. Passou-se algum tempo desde que a matéria foi ao ar. No dia, quando a vi pela primeira vez, chorei e até cheguei a gravá-la, mas estava tranquila de que o vídeo logo seria disponibilizado no site da emissora que não me preocupei e fazer uma cópia no computador: resultado o cd deu problema e perdi a única cópia que existia daquele momento tão importante. Desde então entrava frequentemente no site em busca do vídeo, mandava mensagem, sempre na esperança de poder guardar comigo aquele momento.
O fato é que o importante não era a reportagem em si, mas o que ela representava. Ter participado daquele quadro simplesmente corroou a melhor fase da minha vida e trouxe a tona todos os sentimentos que sempre foram despertados em mim por causa do basquete. Foi um momento decisivo em continuar ou parar, foi o impulso que me faltava para entender que eu nunca seria a mesma se parasse ali, que ainda havia muito para ser feito e naquele momento me mostrou que eu ainda não sabia viver sem o basquete em minha vida.
Demorei tanto tempo para dizer isso porque queria poder mostrar o vídeo e eis que na véspera de Natal ele surgiu na minha caixa de e-mail, materializando todo meu amor e meu carinho por esse esporte que me deu tantas oportunidades e me fez viver momentos ímpares. Foi com certeza o melhor presente que eu poderia receber porque veio num daqueles momentos de cansaço, de dúvida, veio para me dar uma injeção de ânimo e me lembrar do que realmente importa. Devemos sempre dar valor aquilo que nos faz bem e o basquete na minha vida é um daqueles raros momentos em que sou eu mesma, sem me policiar, sem precisar cuidar com o que falo ou na presença de quem estou, posso agir com naturalidade e paixão porque ninguém vai achar estranho, ou anormal, todos já sabem quem sou e se não sabem vão acabar descobrindo.
Assistir esse vídeo após algum tempo de produzido me trouxe a mente tantas coisas boas. Como esquecer do presente de natal que recebi em 2009, ou do meu aniversário de 30 anos que passei dentro do ginásio. Como esquecer do dia em que os conheci pessoalmente. Quantas pessoas são loucas o suficiente para tirar a mãe de madrugada da cama, pegar um táxi apenas para receber o grupo vindo da China, depois daquela confusão, sem ter nenhuma garantia de que conseguiria falar com eles, apenas para vê-los? Quantas pessoas aparecem minutos antes de um embarque para desejar boa viagem ou viajam 36 horas num final de semana para prestigiá-los? Pois é, eu fui. É bem verdade que nunca assisti um jogo fora da cidade, mas ainda realizarei esse sonho também, porque bem no fundo não são realmente loucuras, são provas de amor e eu viveria cada um desses momentos quantas vezes fosse necessário se isso lhes garantisse o amor que tenho dentro do meu peito.
As pessoas vem e vão e nem isso diminui o que sinto. Posso ter ficado meio ausente, mesmo com tantos jogos rolando antes desse recesso de final de ano, mas não foi falta de amor não, tão pouco de crença ou confiança nesse novo grupo, foi cansaço mesmo e por isso quero deixar o vídeo para vocês, porque não serão mais apenas palavras aqui escritas, mas palavras ditas por mim mesma que de alguma maneira reforçam o que escrevo e ainda escreverei aqui. O blog e tudo isso que já realizei só existe porque o Basquete de Joinville existe e nada disso faria sentido se não fosse por vocês.
Bem, segue o vídeo, espero que gostem. E quanto as pessoas que me deram essa oportunidade, só posso agradecer de todo coração terem aberto esse espaço para que eu pudesse falar um pouquinho sobre o meu amor.