Cada ser humano nesse mundo tem a sua importância. Deus, nos criou assim, com qualidades e defeitos, com personalidade, com características próprias que nos diferenciam num grande grupo, mas isso não nos faz melhor ou pior do que ninguém, não nos coloca num patamar superior ou inferior, apenas cria condições para que nos tornemos importantes em algo ou para alguém.
Cada pessoa é importante seja no que faz, na sua comunidade, para seus amigos, sua família, seja para pessoas que nem se conheça, porque o que nos torna importantes não é o dinheiro que temos, a posição social, o sobrenome, a beleza física, mas sim a forma como lidamos com as situações e com as pessoas, os sentimentos que oferecemos a elas sem cobrar nada em troca, a sinceridade, a transparência, a simplicidade, a honestidade, pequenas coisas que às vezes são esquecidas, mas muito fáceis de serem percebidas quando queremos enxergar. As pessoas tornam-se importantes para nós pelos sentimentos que nos despertam, pelo bem estar que nos proporcionam e pelas atitudes para conosco.
Tornar-se importante para alguém é uma grande dádiva, um presente que agrega valor as nossas vidas e as torna ainda melhores. A vida já é tão curta porque ficarmos então de mesquinharia, remoendo chateações e magoas, complicando aquilo que pode ser fácil, às vezes esquecemos que precisamos conhecer as pessoas antes de tirarmos conclusões a seu respeito, vamos aproveitar aquilo que recebemos, porque é tão difícil conquistar as pessoas, sua confiança, seu respeito, estamos tão acostumados com a maldade que esquecemos da sinceridade e de perceber a verdade nos olhos, que criamos barreiras para afastar as pessoas.
No texto de outro dia falei que percebi que às vezes era preciso passar por algo ruim para receber algo melhor. Em minha vida isso aconteceu e vocês já conhecem a história. Eu tive que perder tudo aquilo que me fazia bem, que me dava segurança, tudo que sonhei em ter, pessoas, lugares, diversão para encontrar alento e renovação num grupo de jovens que nunca fizeram nada para mim diretamente, mas eles praticavam o bem por onde passavam e encantavam e eu fui tocada por esse sentimento de bondade, de carinho, de alegria e eu quis retribuir. Eu precisei passar por dor, magoa, perda para descobrir que havia um mundo muito legal, cheio de pessoas especiais me esperando e que não seria presa ao passado que eu iria conhecê-lo.
Hoje eu já não saberia mais separar minha vida e quem sou, porque isso faz parte de mim. O basquete é na verdade a minha essência e minha força e isso passa automaticamente por cada um que faz parte disso pois o basquete mexe com a parte mais sensível do meu corpo: meu coração e eu nunca vou saber explicar como aconteceu, só sei que está aqui, me completa e me faz feliz preenchendo o vazio deixado por pessoas, lugares e momentos, coisas que a vida colocou longe de mim, muitas vezes sem que soubesse o motivo me provocando uma dor avassaladora, mas o basquete chegou na minha vida como o sol após semanas de chuva, clareou minhas idéias, aqueceu meu coração e meu deu esperança.
É esse sentimento de ternura e gratidão que me faz ter certeza de que não posso mais ser a mesma, mas que minha mudança me tornou alguém melhor e de alguma forma importante, necessário, alguém com valor que também pode ser admirado e querido, sentimentos que por algum tempo achei que não poderiam me pertencer e confesso ter esse sentimento em torno de mim é incrivelmente delicioso.
Em contrapartida, tirando minha família não há nada que seja tão importante para mim quanto o basquete, pois o dia a dia não me proporciona essa sensação de tranqüilidade, alegria e calor humano como ele. Não me permite acreditar que sou sempre confiante, inteligente, não me transmite essa segurança e essa vontade de fazer o que faço, como sinto ao estar perto deles. Na vida geralmente não tenho alguém me dizendo que tudo vai dar certo, que confia no que faço, que estou indo bem, esse tipo de feedback importante para o desenvolvimento de uma atividade. Entretanto quando estou junto deles, não sinto essa necessidade, porque eu simplesmente faço, porque não ha um certo e um errado, há querer ou não querer. Ou seja, o que os faz importante para mim foi o que citei no começo: o sentimento que eles provocam em mim lhes credita essa importância.