Outra noite fiquei na frente do PC até 1h da manhã, ontem novamente. Até estava cansada, mas algo me segurava na frente do computador, eu tinha que escrever. Antigamente era assim, eu só sossegava quando registrava o que havia acontecido de importante naquele dia ou semana, porque quanto mais o tempo passa, menos relevante o assunto se torna e meu desejo sempre foi evidenciar o maximo de pontos positivos de nossa equipe e ontem a noite não foi diferente.

Ao chegar em casa e ver as fotos no ancionato soube que esse seria o tema do dia. Abandonei os antigos rascunhos, escritos durante o treino de quarta e parti para essa produção.  Após publicá-lo ainda fiquei refletindo sobre as palavras até adormecer e hoje quando retornava para casa vi que não podia ter tido momento mais oportuno para falar de esporte e solidariedade. Lembrei-me das palavras do prof. Fabio Saba, “para trabalhar com esportes é preciso antes de mais nada gostar de gente”, quando isso me veio a mente tudo que escrevi ontem fez grande sentido.

Nossa equipe sempre se orgulhou do envolvimento social que promove na comunidade e ontem defendi que isso não era mercantilismo, mas algo natural do grupo e efetivamente essa minha lembrança corrobora com isso, se esporte é pessoas, nada mais significativo do que lidar com elas, conhecer sua história, sua vida, seu ponto de vista, suas dificuldades e promovendo ações como essas que comentei ontem eles tornam-se mais humanos e praticando a humanidade saberão lidar melhor com seus companheiros em quadra, conhecer suas necessidades e suas angustias e acima de tudo saber como agir.

Lidar com pessoas não é para qualquer um, qualquer ambiente de trabalho pode exemplificar isso, porém , não há símbolo maior da sentença “trabalho em equipe” do que um time esportivo. Quando não há entrosamento, cumplicidade as coisas simplesmente não andam. E se hoje nossa equipe vem comemorando a evolução é justamente porque a busca por esses requisitos esta sendo atingida.

Para trabalhar com esporte, você precisa gostar de pessoas… sim, você precisa compreende-la, respeitá-la, precisa ter empatia. O esporte é feito de pessoas. Pessoas talentosas, pessoas apaixonadas, que precisam levar ao pé da letra quando se diz para desligar dos problemas, tudo precisa ficar fora da quadra, tudo exceto a confiança e a vontade de jogar.  Lidar com pessoas não é fácil, menos ainda é garantir que entrarão em quadra “vazias”, entretanto cada experiência vivida, seja dentro ou fora da quadra os deixam mais fortes e cientes de seu papel naquele meio. Você não pode separar o atleta do ser humano, o que se pode é aprender a extravasar cada parte no seu devido momento.

Acredito que estamos rumando no caminho certo, trabalhando a alma, o espírito, o corpo e a mente, para que cada parte que compõe cada ser humano possa estar em harmonia e em equilíbrio com seu meio, dando condições a cada um de vencer seus medos e limitações, buscando naqueles que os rodeiam nessas tantas visitas e trabalhos efetuados o ponto de partida para ser cada vez melhor, porque cada um de nós pode ser cada dia melhor.