Voltei do meu último final de semana de pós em Curitiba esse ano. Nos 2 próximos meses a aula será a distância, achei isso chato, porque o aproveitamento vai ser bem inferior, mas tudo bem, em janeiro estaremos de ânimos renovados.
Foi um final de semana intenso, passamos o sábado montando o trabalho que seria a avaliação final da matéria. O tema era montar uma proposta de patrocínio para um evento, equipe, clube, algo que existisse de verdade. Bom, não preciso dizer quem foi a minha cobaia.
As horas foram passando e eu reunindo fotos e materiais que pudessem ser útéis. Ouvi o professor dizer que o trabalho devia falar por sí mesmo, porque às vezes na vida real não conseguimos espaço para apresentar pessoalmente nossas propostas, foi então que tive a “genial” idéia de fazer a apresentação em vídeo. Fui fazer umas pesquisas na internet e de repente cai na minha mão um vídeo encomendado pelo basquete ao final da temporada 2008/2009, eu era louca por ele. Logo outras idéias surgiram na mente.
Porém tudo estava parecendo fácil demais, então começaram as impecílios, o vídeo não rodava, a apresentação não funcionava e minha costas já estavam doendo. Decidi continuar o trabalho no hotel já que era uma das poucas a fazer o trabalho sozinha (porque será?).
Depois de jantar voltei para o hotel e me enfiei no computador, mais de cinco horas seguidas, minhas costas já estavam me matando, quando o celular e computador mudaram a hora automaticamente para o horário de verão só pensei “Droga uma hora a menos” e fui dormir, sem ter terminado o trabalho que seria apresentado na manhã seguinte.
Acordei as 6h e continuei a edição do vídeo. Quando o finalizei precisava fazer a gravação. Ao todo repeti o processo, pois toda vez que ia exibi-lo encontrava um erro e cada vez eram pelo menos 10 minutos e com isso eu já estava ficando atrasada. Éis o motivo das aspas na idéia “genial”.
Acabei pegando a primeira apresentação pela metade, queria prestigiar todos os colegas, pois de uma forma ou de outra todos se empenharam, apesar de todos já viverem profissionalmente esse universo esportivo. Nesse momento minha cabeça já parecia que ia explodir, na verdade quando sai do hotel eu estava bem estranha já.
Enquanto transcrevia o trabalho para o papel minhas mãos começaram a formigar, sentia meu corpo frio e minha cabeça dóia demais. Isso estava me deixando nervosa, tinha me empenhado tanto para fazer o trabalho para estragar tudo agora. Nesse momento outra coisa me incomodava, todas as equipes havia montado uma apresentação em slides e faziam as esplanações, não havia me preparado para isso.
Então chegou a minha vez. Coloquei o pen drive no computador e abri o arquivo. Abordei o tema e disse: “Vou passar um vídeo primeiro e depois farei as considerações finais”. Deixei o vídeo rodando e fiquei de longe para ver se dava para enxergar legal, em alguns momentos me peguei curtindo minha criação, já não importava mais se tava certo ou errado, ficou parecendo mais uma homenagem do que um trabalho, mas tudo bem.
Quando terminou o vídeo, me preparei para fazer a conclusão, o professor me olhou e perguntou: – “Tem certeza de que ainda há alguma coisa para dizer depois desse vídeo?”. Eu não sabia se isso era bom ou ruim, porém conclui meu trabalho e no final tudo foi compensado, pois além de elogiar a modalidade de apresentação que utilizei, ele comentou: “Fazer com amor faz a diferença”. Não sei qual foi minha nota ainda, mas só esse comentário valeu o cansaço.
As apresentações seguiram, não saimos para o almoço e antes das 14h eu estava na rodoviária para voltar para casa. Um alívio. Cheguei exausta, quebrada e ainda com dor de cabeça, mas satisfeita, pois pela primeira vez terei uma nota, seja ela qual for que só dependeu de mim e na qual pude usar aquilo que realmente me motivou a estar lá: o basquete. A conclusão que tiro é que sempre vale a pena quando há amor, então o negócio é continuar amando intensamente.
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