Eles voltaram…

São duas e dezoito da manhã desde dia 15 de outubro: dia do professor! Acabo de chegar do Ginásio Ivan Rodrigues onde a cerca de 40 minutos nossos garotos finalmente desembarcaram em casa. Eu devia ir dormir, afinal em menos de 4 horas terei que me levantar para ir trabalhar e pior arrumar a mala para o final de semana em Curitiba que ainda não preparei, mas estou desperta, a adrenalina a mil e sei que se não compartilhasse isso agora talvez nem conseguisse dormir pensando no que dizer.
Em texto anteriores expressei meu desejo de recebê-los pessoalmente, que só vendo-os poderia aplacar a angustia vivida nos últimos dias e garantir para meu coração de que eles realmente estavam bem. Então, como se “lendo a minha mente” o Leo, presidente da JBA (denominação jurídica da equipe) lançou o convite para que a torcida fosse até o ginásio receber nossos guerreiros. Ao ler as palavras eu soube que devia estar lá.
Passei o dia de ontem ansiosa, queria ter certeza de que essa era a coisa certa a fazer, mas o dia não foi muito generoso comigo, estava exausta, ainda assim havia uma chama dentro de mim que crescia conforme as horas passavam e aumentou ao primeiro contato da comissão na chegada ao Brasil. Acompanhar seus passos e simplesmente não ver o desfecho era perder o melhor da festa.
Acompanhei as mensagens até o embarque em Curitiba e então adormeci, acordado menos de 2 horas depois com o despertador gritando no meu ouvido. Sonolenta, com os pensamentos desordenados, olhava para o horário sem me dar conta do porque estava precisando levantar, até que veio o estalo. Corri para acordar minha mãe e voltei para trocar de roupa. Passei o olho no twitter para ter mais informações, ter certeza de que estava no horário e logo depois sai.
Até a viagem de taxi até o ginásio que leva cerca de 5 minutos, ainda mais nesse horário, parecia longa demais. Ao chegar encontro a imprensa reunida e os garotos da escolinha, só então tive a dimensão exata do quanto esse momento seria especial, seria o que desejei para eles.
A espera para ver o onibus desportar na esquina da rua Campos Salles com Max Colin parecia internável. Caminhava de um lado a outro e isso deve ter durado cerca de 20 ou 30 minutos, não sei ao certo, até que de longe houve os comentários: “Lá vem um onibus!”.  A correria foi geral, ninguém queria perder aquele  momento tão aguardado. Todos sabiam que eram eles.
Conforme ele se aproximava, o coração enlouquecia. Com a camera nas mãos me preparando para gravar a chegada, percebi que não conseguiria, guardei-a antes que a perdesse. Ao chegar no ginásio, o }onibus entrou antes, contornou-o pelos fundos, estacionando na lateral. Todos estavam reunidos na frente da porta do ônibus, aplaudindo. Lembrar disso trouxe lágrimas aos meus olhos, assim como ocorreu no momento que os vi preparando-se para desembarcar.
Prof. Alberto Bial foi o primeiro. Sob aplausos ele parou no último degrau e os retribuiu. Logo em seguida um a um saiu do ônibus. Entrevistas, sorrisos, cumprimentos e eu de longe apenas observando aquele momento. Estavam exaustos, mas nem transpareciam, eram nossos meninos simplesmente.
Foi tudo muito rápido, mas eu sei que realmente fiz a coisa certa porque nada paga o agradecimento e o carinho de cada um.  Não dá realmente para mensurar em palavras a emoção daqueles poucos minutos. Guardado em meu peito ficará a certeza de que o basquete é sem dúvida meu amor maior, meu combustível. São em momentos como esse, que qualquer dificuldade fica pequena e os laços se fortalecem.
E medidos pelos sorrisos e pelo brilho no olhar sei que, se a viagem teve eventos desagradáveis, a chegada, a recepção irá tratar de eliminar essas lembranças de suas mentes, porque esse é a prova do amor e do respeito que temos por esse grupo, é prova de confiança e desejo de que nunca parem de tranformar sonhos em realidade. Que fiquem os momento bons, o aprendizado e o conhecimento que cada um pode adquirir de seu companheiro, da cultura e da experiência.
Dessa viagem tenho certeza que nasceu um novo Basquete de Joinville, mais forte, mais unido, preparado para enfrentar incertezas e dificuldades, preparado para se fazer presente e respeitado, pronto para toda e qualquer adversidade, porque mostramos para o mundo que podemos ser sempre melhores sem perder o brilho da humildade.
Seja bem vindo Basquete de Joinville, sejam bem vindos atletas e comissão técnica, bem vindos aos seus lares, a sua cidade, bem vindos de volta a nossas vidas e a nossa rotina. Joinville é sempre mais alegre com vocês por perto, é sempre mais humana e feliz! Parabéns por terem nos representado com tanta garra e honra, por apresentarem um basquete e uma conduta digna de seleção e obrigada por nos permitirem partilhar desse momento com vocês.
Joinville só tem a lhes agradecer!

5 thoughts on “Eles voltaram…

  1. que bom poder ler isso e saber como foi a chegada dos nossos guerreiros ,uma coisa eu isso so serviu pra q esse grupo se tornasse mais forte e unido ,e tbm pra aumentar a minha admiração por eles!!!

  2. Olá Ketty!
    Acordei ansiosa por noticias…e fiquei muito feliz quando vi que já havia atualizado o blog! Obrigada por nos manter sempre informados!
    Que bom que todos chegaram bem!
    Agora é aguardar pelo inicio do NBB e torcer muito pelo nosso BASQUETE DE JOINVILLE!!!!!
    Abraços!

  3. Moça, parabéns pelo texto e olha que fiquei com inveja por não estar lá!

    Esses pequenos grandes momentos, rápidos e que marcam uma vida, fazem a diferença!

  4. Que lindo, Ketty!
    Queria tanto ter ido, mas não deu, ainda bem que você foi pra representar nosso torcida!

    Beeijo Torcedora Símbolo (chiiique amiga! hehe)

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