Última semana de férias, correria com minhas atividades no Festival de Dança, mas ainda tempo para pensar e muito em basquete. Na quarta-feira, indo ao centro com a minha “magrela” a velha energia me arrebatou ao passar pelo ginásio, eu sabia que estavam lá, era óbvio pelo estacionamento, entretanto sentí-los tornou necessário entrar.
Precisava ser breve, meu tempo estava contado, porém havia lugar melhor para começar o dia do que ali? O sorriso atravessou o rosto quando os vi, (ao contrário da última vez que me debulhei em lágrimas e agora entendo que a situação realmente fora agravada pela TPM) em especial ao professor Bial que nos dera um susto semanas atrás.
Tinha a necessidade de chegar até o mestre, dar-lhe um abraço, saber como estava e oferecer pessoalmente nosso apoio, porém ficava aquele velho receio e a dúvida de ir ou não até o outro lado da quadra. Entretanto vendo-os treinar me senti a vontade e fui, afinal eu devo me sentir realmente em casa não é mesmo? Não houve melhor sensação do que saber que nosso mestre estava bem. Aproveitei para cumprimentar Shilton, Espiga e João que estavam por perto, bem como o Rafael (assessor de imprensa).
Ao sair me veio a mente algo que vinha pensando desde sexta: a cada nova temporada terei que me acostumar com ausências e novos rostos, entretanto isso já era um fato bem assimilado, a dificuldade ou preocupação ficou justamente em torno de: será que os novos conseguirão entender o que faço? Será que terão esse mesmo respeito e atenção que toda a equipe sempre me despendeu mesmo não tendo vivido o começo dessa história?
Isso me aflige sinceramente, porque talvez quem esteja chegando agora me perceba como uma doída varrida, exagerada, sei lá. E confesso isso é extremamente assustador para mim, porque seria como enterrar a história, ao invés de dar continuidade a ela. Conforme o tempo foi passado a proposta de homenagear tem caminhado paralelamente a contar a história dessa equipe, seu desenvolvimento para não permitir que as pessoas esqueçam de onde viemos, quem somos e o que desejamos, tão pouco nós mesmos.
Bem, a verdade é que ainda não conheci nenhum dos garotos novos, mas fico sempre com a esperança de que eles possam me receber e me permitir a aproximação que até hoje todos me concederam, lógico, cada um da sua forma, com suas ressalvas, porém me atendendo, me fazendo sentir parte.
Hoje acredito que tudo isso aqui é uma pequena parte dessa história, bem talvez isso pareça até presunção minha, entretanto, sei que, não necessariamente a equipe, mas de modo geral muitas vidas foram ligadas através do blog, então a finalidade dele vai muito além de atender as minhas necessidades, hoje ele tornou-se uma pequena referência para aqueles que acompanham e admiram nosso basquete, seja da cidade ou de fora dela, então sinto-me responsável por continuar atuando. Acho que seria um retrocesso eu voltar a me esconder.
Bem, com esses pensamentos na cabeça, outra coisa me acontece para trazer de volta as lembranaças de como essa história começou, ontem quinta-feira fui a Jaraguá do Sul. Já faz um ano que deixei de trabalhar lá, porém a emoção de retornar foi inesquecível. Mais inesquecível que isso foi o carinho com que meus ex-colegas de trabalho me receberam e acreditem, eles ainda não esqueceram meu enorme carinho pelo basquete, tanto é verdade que vários me perguntaram a respeito ou comentaram que sempre que veem alguma notícia a respeito lembravam-se de mim.
Sinto isso como um saldo positivo de toda a minha caminhada, significa que de alguma forma ou provoquei o interesse ou a curiosidade a cerca do tema em pessoas que não convivem com esse esporte com tanta intensidade (para quem não lembra Jaraguá é a terra da Malwee, ou seja, eles respiram Futsal), ainda assim, foram eles que me deram apoio na minha trajetória, viveram comigo esse sonho e sentem-se de certa forma parte das conquistas e confesso que partilhar isso com eles é muito gratificante.
Estar em Jaraguá foi ótimo, até o momento de ir embora, era como deixar uma parte de mim lá novamente. Além disso, estar nessa cidade trouxe a tona um medo que vem há dias me rodeando, querendo ou não, é um cenário propício para lembranças povoarem minha mente, até porque coincidiu as datas e por um instante foi como sentir tudo outra vez.
Ao retornar há Joinville o medo continuou e tenho passado os dias angustiada e com medo de encontrar algo que volte a romper a cicatriz tão restaurada em meu peito. Ainda não estou pronta para encarar certas coisas, por mais que não façam mais parte da minha vida. Infelizmente nem tudo corre como gostaria e nem sempre conseguimos arrancar algumas coisas de nosso peito, por isso o basquete ainda é minha fonte de inspiração, porque é um sentimento verdadeiro e que me faz bem e na vida só devemos cultivar aquilo que nos desperta para a alegria e a satisfação, que nos traz apenas sentimentos bons e positivos. E dessa trajetória é o que tenho levado comigo para onde quer que eu vá.
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