Sempre fui uma pessoa que presou muito a amizade e por causa dela às vezes confiou demais em pessoas que não mereciam a minha confiança, porém isso nunca me fez desacreditar nesse grande sentimento de amor que envolve duas pessoas em cumplicidade, afeição, cuidado, em aceitação mútua. Assim, como na semana que passou comemorou-se o Dia do Amigo (20 de julho) gostaria de usar esse espaço para homenagear aqueles que me são tão importantes.

Quem acompanha esse blog desde o seu início sabe que a última coisa que eu podia imaginar seria fazer amigos, conhecer pessoas, me relacionar com elas, ser importante para elas e principalmente elas serem fundamentais para mim, mas aconteceu e diria que foi a coisa mais maravilhosa que recebi ao longo desse um ano: amigos! Lógico, eu tinha amigos antes do basquete. Trouxe amigos do segundo grau, dos lugares onde trabalhei, porém, confesso acredito que poucos, participaram tão intensamente da minha vida, mesmo não convivendo comigo sempre.

Sinceramente acho que nada na vida paga o que a amizade nos proporciona, pensando nisso, percebi que não havia forma melhor de homenagear essas pessoas que iluminam a minha vida do que compartilhando o quão importantes elas se tornaram para mim e porque.

A vida é cercada de hipocrisia, falsidade, jogo de interesses e um ginásio esportivo não seria diferente, porque independente do interesse que leve uma pessoa até lá, ele existe. Sim, eu também tinha um interesse quando criei o blog: queria que soubessem que eu tinha muito orgulho deles e que estaria ali para apoiá-los da forma que eu pudesse, mas eu tinha muito medo de ser mal interpretada, entretanto naquele momento de dúvida e receio, Deus me deu anjos, que souberam olhar o que eu estava fazendo com os olhos da gratidão e levaram essa minha mensagem adiante.

Daquele momento, muitas pessoas foram e continuam sendo importantes, deixaram de ser os profissionais do esporte, os atletas reconhecidos para serem apenas pessoas, como o André, que agora foi correr atrás de seu crescimento, mas sempre foi uma pessoa muito acessível, adorável, soube ser meu amigo quando muitas vezes achei que estava tudo acabado e que está fazendo uma grande falta. Como o Shilton que sempre teve uma grande boa vontade e paciência comigo, com seu jeito irreverente, muitas vezes me fez pensar em como eu me posicionava diante das coisas. Como o Flávio, que eu sempre tive a impressão que quando me olha nos olhos sabe certinho o que eu estou pensando é a pessoa que me faz sentir segura, que sempre foi de uma generosidade incrível.

Bem, como falar de membros da equipe e não falar do Tiago e de sua esposa Claudia, como participar, mesmo que de longe um pouco da vida deles, principalmente com o nascimento da Gabriela me fez enxergar o quanto ainda tenho para conquistar e que contribuiram com palavras em momentos que eu já não esperava mais nada. E o que dizer do Luisão? Nos momentos em que precisei de orientação, que precisei tomar alguma decisão relacionada a esse universo foi a ele que recorri e ele sempre esteve lá, prontamente  disposto a me ouvir e orientar. Com ele aprendi a difícil arte de cuidar dos bastidores, o que despertou meu desejo de conhecer mais, um dos grandes responsáveis por eu estar cursando minha especialização hoje. Nunca me negou nada, ao contrário, sempre me incentivou, deu apoio no que pode, salvo numa questão, mas isso também eu reverti. Não dá para esquecer a alegria que ele demonstrou quando chegamos a Uberlândia, alias, Uberlândia particularmente tornou essas pessoas ainda mais importantes do que já eram.

Bom, o tempo faz as relações amadurecerem e sinceramente algumas achei que deixariam de existir tão logo o blog esfriasse, o time não tivesse jogos, mas a verdade é que estar sem o basquete me aproximou ainda mais de algumas pessoas. A primeira que conheci no ginásio e que nossa amizade se consolidou foi a Larissa, “minha filha” do coração. Essa garota de apenas 14 anos tem um dom incrível para escrever, é inteligente, esforçada e mesmo com a nossa diferença de idade às vezes me ajuda muito, enxerga as coisas com mais facilidade que eu, fora que me apoia em todas as minhas “aventuras” literárias. Já disse a ela que se um dia tiver uma filha quero que seja como ela, autêntica.

Bem, depois conheci a Letícia. Conhecer é um modo de falar porque ficamos por quase um ano só conversando pelo msn. Tínhamos um conhecido em comum que acabou fazendo com que ela chegasse até mim, quer dizer até o blog e dali tivesse curiosidade de saber quem eu era. Nem sei dizer quando que nossa amizade começou, mas a intensidade de confiança e afinidades foi tamanha que quando vi ficávamos horas no msn, até que esse ano tivemos oportunidade de nos conhecer, bom, mas isso faz parte de uma história que vou contar daqui a pouco.

A partir do momento que virei Sócio Torcedor pude conhecer outras pessoas e a primeira delas foi a Ana Paula. Somos movidas por essa mesma paixão que o esporte provoca. Volta e meia nos esbarrávamos no ginásio, nas mensagens no orkut da equipe e por aí a fora, mas nunca tínhamos conversados. Porém a localização na arquibancada acabou nos aproximando e permitindo que nosso contato ultrapassasse as portas do ginásio para que fora dele trocassemos experiências e pudessemos compartilhar momentos, dúvidas e alegrias, como quando ela descobriu que estava grávida. A Ana é de todos que conheci a mais fechada, tímida, porém alguém que me lembra muito eu mesma que às vezes só precisa ouvir e ser ouvida, que precisa se sentir segura e quero crer que pude passar isso.

Bem, depois disso surgiu a Rafaela. Um dia enquanto estávamos na quadra comprimentando os jogadores, ela me surpreendeu com um abraço me parabenizando pelo blog, nunca havíamos nos falado, mas aquele foi o primeiro passo para nos tornarmos grandes amigas e passassemos a fazer planos juntas, como Uberlândia que idealizamos juntas, mas que foi ela quem organizou e não me deixou desistir mesmo quando começou a parecer um sonho distante. Chorei muito quando um dia antes ela se machucou e teve que abrir mão da viagem. A Rafa é pra cima, pra frente, decidida, empenhada, mas às vezes quer resolver as coisas sozinha e isso a gente respeita. Adora animais e bancar a motorista, rs. Já fizemos algumas coisas juntas e que fortaleceram muito nosso vínculo e daqui a pouco falo mais dela também.

Bom, depois veio a Carol, a Mari e a Debora. Companheiras de treino, de twitter e muito msn, assim como a Ana e a Rafa. Vários momentos agradáveis, troca de informações e muitas risadas. Carol e Mari muito planos  mirabolantes cobertos de gostosuras produzidas nas aulas de Gastronomia! E Debora, uma garota muito esforçada, inteligente, dedicada, alguém que mesmo jovem tem um ideal, sabe aonde quer chegar e o que precisa para fazer para alcançá-lo, brinco que quando eu crescer quero ser igual a ela. E então veio a Aline. Começamos a conversar pelo twitter, depois veio o msn e só algum tempo depois é que nos conhecemos em um jogo. A diferença de idade em momento algum foi um problema e mesmo tendo estilos muito diferentes encontramos pontos em comuns que priorizaram as confidências e o apoio.

Conheci realmente muita gente ao longo dessa caminhada, porém essas tem participado mais da minha vida, direta ou indiretamente, e agradeço muito, entretanto já que o momento é de homenagem, preciso falar de três pessoas em especial: Leticia, Rafaela e Aline. Como falei antes, conheci cada uma de uma forma e em um momento diferente, porém como elas mesmo dizem, por culpa minha todas nos aproximamos e sem perceber tinhamos criado um grupo, um elo de amizade conjunto e esse elo foi fortalecido, dessa vez não por minha culpa, mas por causa de Leticia e é isso que quero compartilhar e tornar essa homenagem completa.

Nós 4 somos muito parecidas e aos mesmo tempo o extremo uma da outra, temos nossas histórias, nossas magoas e nossas alegrias, nossos sonhos e frustrações, porém nos encontramos e encontramos uma na outra uma forma de externar isso, de compartilhar e encontrar graça em tudo que vivíamos. Passamos muito tempo esperando pelo dia que conheceríamos Leticia, alguém que já nos fazia tão bem e nos inspirava, queríamos poder retribuir toda a generosidade e carinho que ela sempre nos ofereceu. Então em maio desse ano finalmente aconteceu.

Falei que passei muito tempo conversando com Lethi pelo msn, conversávamos sobre tudo e em vários momentos cruciais ela estava lá para me ouvir, me acalmar, me mostrar um outro ponto de vista. Então quando ela disse que viria foi uma verdade festa. A ansiedade foi enorme e o que posso dizer é que foram apenas 3 dias, mas que valeram por anos. A Leticia não pára um segundo, está sempre procurando algo para fazer, para ajudar, faz uma lasanha maravilhosa e tem um bom humor impressionante.

A vinda de Letícia para cá permitiu que Rafa, Aline e eu nos reunissemos ao mesmo tempo e permitiu a cada uma de nós viver algo que não tinha vivido ainda e posso dizer que cada uma de nós ganhou algo (sei que cada uma agora, lendo sabe exatamente do que estou falando). Vivemos muitas coisas em tão pouco tempo, andando de carro para cima e para baixo, assistindo basquete na TV, assistindo ao Globetrotters num lugar mais do que especial, me permitindo mostrar lugares que faziam parte da minha vida, comendo, assistindo filme e fofocando até tarde, enfim, coisas que amigos fazem e que acredito nunca ter vivido com tanta intensidade.

Sua partida deixou um vazio, porém sem tristeza pelo fato de que mais cedo ou mais tarde ela estará por aqui novamente. Restaram para nós as lembranças e a certeza de que valeu a pena. O basquete nos uniu, mas independente dele tomamos as rédias de nossa amizade e a levamos mais longe. Somos amigas, cúmplices. E vamos guardar as experiências conosco por toda a vida.

Eu realmente não podia deixar de falar disso, era a forma de mostrar a intensidade com que as amizades se instalam em nossas vidas, como algo se torna indispensável na nossa vida de repente. Assim são meus amigos para mim, independente do que vivi com cada um deles, todos são muito importantes e tem um papel muito bem definido na minha vida. São as pessoas que sei que poderei contar sempre.

Entretanto, não posso terminar esse texto sem falar de uma última pessoa: Douglas. Esse garoto desde o início teve uma participação enorme na minha trajetória. A vida nos colocou em lugares distantes, há muito tempo não nos vemos, porém a verdade de nossa amizade nos mantém próximos. De todo o grupo foi a pessoa com quem tive mais contato e não apenas por ele ser o mais expansivo ou mais extrovertido, mas porque a vida cruzou nossos caminhos algumas vezes e nos permitiu dividir coisas e momentos, tornando-o meu melhor amigo na atualidade. Sou grata a ele por todas as palavras carinhosas e generosas que sempre me ofereceu, por ter sido aquele pessoa que preencheu um vazio que a muito me provocava dor e por me dar a certeza que mesmo distantes somos amigos e isso é de verdade.

Assim, só posso dizer a todos que fazem da minha vida momentos extraordinários e um constante aprendizado muito obrigada e pedir que não desistam de mim. Feliz Dia do Amigo, atrasado, mas não menos sincero!