Me sinto incompleta… desde domingo, meu coração estava estrangulado, carente de notícias, de sentir e achei que hoje resolveria isso, mas acabou sendo apenas em partes.
O clima em Joinville continua esquisitão, ora chove, ora faz sol. Sai as pressas do trabalho, depois de um dia relativamente produtivo, queria cumprir minha rotina da academia cedo, para não me atrasar para o treino da equipe. O programa hoje foi braço e nesse momento sinto como se eles não existissem de tanto que dói, não tenho a mesma resistência neles como tenho nas pernas, apesar de que elas estão doendo bastante do treino de ontem.
Fui caminhando para casa como todas as tardse, só que dessa vez quase me arrastando, já que minha instrutora escreveu no programa que tenho que correr e até eu criar ritmo e resistência vou sofrer um pouco, mas tudo pela saúde. Cheguei em casa direto para o chuveiro, o relógio era impiedoso, tinha pouco mais de 30 minutos para tomar banho, me vestir e pegar o ônibus. Nesse meio tempo Rafaela já me mandava mensagem dizendo que não conseguiria ir, estava com muita caimbra, efeito ainda do acidente de duas semanas atrás.
Saimos as pressas e no caminho Ana Paula dizia que estava quase chegando. Fiquei incomodada, não gosto de fazer as pessoas esperarem por mim e levando em consideração que um ônibus passou antes de chegarmos ao ponto, sabia que iria demorar, mas no final tudo resolvido, pois chegamos ao ginásio antes de cair mais um daqueles temporais inesplicáveis, que assim como começam, cessam.
E como explicar o que senti quando entrei no ginásio e os vi a todo pique, trabalhando sob o comando de Espiga. Treinamento forte, passe, marcação, trabalho de bola, apesar de não entender nada o trabalho estava bem interessante. Trocava algumas palavras com minhas caras companheiras de arquibancada, Mari, Carol, Deh, Ana e minha mãe e voltava os olhos para quadra, era lá que eu queria estar: perto deles.
O treino transcorreu até depois das 18:30h, num clima de muita atenção, seriedade, mas também de descontração, de paz e isso para mim já era um grande alívio. Até pudemos dar boas gargalhadas nos minutos finais do treino, foi bom para descontrair e ver que o que passou não incomoda mais.
Porém, quando o treino terminou eu fui embora, deixando para trás aquilo que me é tão valioso. Acho que estou começando a acreditar que sou apenas fanática e exagerada, porque há pessoas que não entendem o que se passa dentro do meu coração, não entendem a minha necessidade. É, é bem essa a palavra, eu preciso do Basquete de Joinville, como preciso de ar para respirar.
Preciso sentir que estão bem, preciso mostrar que estou ali, porque efetivamente falar é muito fácil e me sinto culpada porque parece que é a única coisa que tenho feito, falado sem agir. Queria ter podido abraçar cada um, desejar paz, serenidade e um excelente jogo na sexta, mas não fiz, simplesmente porque não consigo externar o tamanho dessa dependência que tenho com a equipe, só estou bem, tranquila quando eles estão, porque eles são a razão de tudo de extraordinário que aconteceu na minha vida nos últimos meses e às vezes a única forma de saber isso é perguntando a eles.
Eles são o maior presente que já recebi, são como a continuação de mim, porque meu coração vai com eles sempre, não me pertence mais. Eles são a razão de eu estar bem, estar forte, disposta, minha razão de sorrir. E é tão difícil fazer as pessoas entenderem isso, sem achar que estou esperando algo em troca, sem achar que é uma doença, um exagero. Eu simplesmente sou assim, porque sou o que sinto. E acabo acreditando no fato de que talvez eles estejam cansados disso, que me tornei chata, pegajosa e inoportuna e talvez só eu que ache importante estar por perto, sinta essa necessidade, talvez não faça realmente diferença me fazer presente em momentos como esse.
Bem, só sei que no final, fiquei frustrada, achando realmente que já fui melhor. E não sei o que está faltando para eu encontrar esse caminho só sei que hoje fiz um avanço. Quando cheguei em casa só queria dormir, então deitei um pouco e só fiquei quietinha remoendo meus fantasmas e agora, com tudo escuro, minha trilha favorita tocando eu soube que tinha que escrever, mesmo que o cansaço fosse grande demais, porque foi assim que sempre agi e isso sou eu, não me entrego.
Precisava dizer o quanto estou feliz de tê-los visto novamente, de sentir que não há nuvens pairando sobre suas cabeças, que vocês estão seguindo com o trabalho de vocês e o mais importante, de que não há sensação melhor do que entrar no ginásio com vocês batendo bola, é tão inspirador e reconfortante. E eu quero sempre ajudar, mas no fundo são vocês que me ajudam. E é por isso que os amo tanto e lhes quero sempre o melhor, então sigam nessa direção que nós acreditamos em vocês. Tenham um excelente dia amanhã!
Quando vejo esse tipo de blog, me interesso em continuar pesquisando, para encontrar mais material igual a esse.