Há dias um sentimento de insatisfação me persegue… e algumas coisas até posso remediar, resolver, outras estão fora do meu alcance. E parece que tudo que sinto descontei no blog, me revoltei acreditando que posso encontrar algo melhor já que não consigo ser capaz de resolver por mim mesma os problemas e implementações que gostaria de aplicar. Nada funciona, enfim, nunca alcanço o resultado que desejo.
Passei os últimos dias testando outros temas e por consequência perdia a noção de que ainda havia pessoas acompanhando. Passei a acreditar que ninguém estava vendo o que eu estava aprontando, mas me enganei, ao testar os temas eu desabilitei o controle de visitas e fiquei sem notícias e assim, fiquei me enganando ao acreditar que ninguém estava visitando o blog e continuei a minha insana busca pelo aprimoramento que parece não chegar nunca.
É, a insatisfação está realmente me rondando e a maior prova disso foi parar para pensar no que fazia meus olhos brilharem. Não precisei pensar muito para responder, porém a resposta tornou-se um pouco dolorosa, pois é a constatação de que algumas coisas já foram melhores e talvez foram sacrificadas com o tempo em nome de um bem maior.
Há quase uma década o que fazia meus olhos brilharem era meu trabalho, eu vivia para ele, era a grande paixão da minha vida. O tempo voou, passei por inúmeros trabalhos diferentes e a paixão foi diminuindo a cada novo emprego. Há cerca de um ano e meio o responsável por isso era o então grande amor da minha vida, melhor amigo, companheiro, namorado, algo que durou menos ainda e por fim só me gerou perdas, exceto uma: me trouxe o motivo pelo qual meus olhos brilham hoje, um relacionamento que dura quase 10 meses e que já é mais longo do que qualquer relacionamento amoroso que já tive: o Basquete de Joinville.
É, eu faço qualquer coisa por esses meninos, porque ao fazer por eles estou fazendo por mim mesma, pela minha sanidade, para que eu não caia nas armadilhas do tempo, da saudade, da perda e da culpa, me mantenha forte e fiel aos meus propósitos, sempre olhando para frente, sem baixar a cabeça. Porque no fundo, se eu me deixar levar, vou entender outra vez, de alguma forma, o que minha melhor amiga sentiu, quando perdeu seu melhor amigo, a diferença é que ela o perdeu para a morte; eu perdi o meu para a vida.
Acho que só hoje me dei conta desse sentimento, ao ler algumas palavras que ela escreveu a respeito. Ou melhor, eu apenas tenha me lembrado de algo que sempre disse para mim mesma. Mais uma vez me solidarizei com ela, pois mesmo acompanhando todo o processo na época, isso há quase 11 anos atrás, estando lá até o fim, minha dor não era um terço parecida com a dela.
Na vida criamos vínculos com as pessoas e com algumas delas, esses vínculos são mais fortes. O vínculo de minha amiga com seu melhor amigo era mais forte do que o meu com ele, semelhante ao que eu tinha com o meu melhor amigo. Na vida dela, ninguém irá substituí-lo, já na minha não falaria em substituição, mas em preenchimento, preenchimento do vazio que ficou quando o perdi e talvez tudo isso tenha servido para me mostrar que talvez ele nem fosse assim tão bom para mim. A vida afinal me compensou.
E essa minha insatisfação é a crença de que deixei de fazer algo, de que poderia fazer mais. E vou confessar que muito disso é por causa da excursão, que tanto desejei, que teve tanta gente trabalhando pela realização e no final não vai acontecer, não nas proporções que almejamos. Essa frustração acaba me corroendo e trazendo a tona as verdades que não quero olhar nos olhos. Entretanto, o que me move é a certeza de que de alguma maneira quem interessa reconhece o esforço e a verdade dos atos. Então sigo em frente, mesmo que por caminhos meio tortos ou desconhecidos.