Para sermos grandes…

Um dia para refletir, descansar, me divertir: resumidamente esse foi meu dia em Jaraguá do Sul. Acordar as 5h outra vez, enfrentar estrada, papéis, ficar um dia inteiro sem internet, nada disso tirou minha alegria de estar outra vez aqui, num lugar onde fui tão feliz, onde descobri minha paixão por contabilidade e onde conheci pessoas extraordinárias que estiveram do meu lado em momentos difíceis e alegres. Eu verdadeiramente me senti em paz e pronta para começar a discutir um assunto que ainda me incomoda e que por vezes tem me tirado o sono, me fazendo pensar em até onde toda essa história foi bem entendida pelos envolvidos, bem como, principalmente por seus espectadores.

Sei que falei que não vale mais a pena comentar o ocorrido porque o que aconteceu é passado, tudo já foi decidido e realmente não é isso que desejo fazer, acho que a questão agora é um pouco maior: e nós o que vamos fazer? Violência, retaliação, baixaria vale a pena? Tenho visto pessoas no calor das discussões fazendo “promessas” de todos os tipos, porém que tipo de torcida queremos ser afinal? Se quisermos ser grandes essas palavras e atitudes não poderão fazer parte da nossa vida, principalmente nesse momento. Acredito que não podemos ficar omissos diante de tudo que foi dito e mostrado para todo pais e que sabemos não ser verdadeiro. Fomos ofendidos, humilhados, desrespeitados, mas isso não nos dá o direito de agir com violência, ofensas, ou seja, devolver na mesma moeda. E sei que muitos não concordarão com as palavras que escreverei adiante, mas ao menos me dêem um crédito e reflitam, por maior que sejam seus sentimentos negativos em relação aos personagens. Somos muito maiores do que tudo isso, mas nossas atitudes precisam condizer com as palavras. Exemplos de contradições já temos de sobra.

Estou chamando a responsabilidade da torcida para um fato que pode vir a prejudicar a nossa equipe, não podemos agir de cabeça quente. Tenho certeza que não há um cidadão joinvillense, mesmo que não acompanhe o basquete, que não tenha ficado indignado com as atitudes e declarações da pessoa em questão e não tivesse vontade de dizer-lhe poucas e boas ou agredi-lo, mas o que ganharíamos com isso? Nada justifica a violência e por isso mesmo não devemos hostilizar a delegação, ofender quem quer que seja, partir para a ignorância, porque os fracos apelam para a violência e para mentiras para se destacar e nós não precisamos disso, além do que educação se aprende em casa e devemos tratar os outros como gostaríamos de ser tratados, agindo dessa forma estaríamos dando razão a tudo que foi declarado contra nós. E pensemos no fato de que nossos garotos também vão viajar para a “casa” deles, sabemos que eles não são tão educados quanto nós e vão hostilizá-los e coisas piores, mas ao menos sabemos que não demos motivos, fizemos nossa parte. Não está em questão se o grupo em questão merece todo esse nosso “zelo” mas o fato de que esse é o momento para mostrarmos quem somos de verdade, um povo que não gosta de violência, nem a incentiva, que não alimenta rivalidade fora da quadra, que respeita as equipes, sua história e suas conquistas, que defende sua cidade e sua equipe mesmo que tudo esteja dando errado, mas não a qualquer preço , que repudia a injustiça, defende a moralidade, a imparcialidade e a punição a quem quer que seja, contanto que lhe seja cabida e proporcional ao mal causado.

Já diz o dito “violência gera violência” e o momento não é para isso, ninguém está disposto a levar toda essa história as últimas conseqüências, até porque os mais prejudicados seriamos nós mesmos. Uma infração, um ato impensado poderia penalizar a nossa equipe e será que alguém aqui está desejando acabar com todo trabalho que nossos garotos tem feito ao longo desse tempo? Colocar tudo que foi conquistado com tanta luta e dedicação a perder? Acredito que o momento requer reflexão, calma, mas acima de tudo união, a união de todos em torno daquilo que acreditamos e amamos, que é o nosso basquete.

Quem acompanha meus textos sabe do amor e devoção que tenho para com a equipe, assim sendo qualquer coisa que venha a lhes causar algum mal, me faz mal também e o tempo tem me mostrado que por essa cidade afora existem muitas pessoas como eu, que tem um carinho e uma admiração enormes por esses garotos e que só lhes desejam o melhor, que estão ali para apoiar, incentivar. E sei também que há muitas pessoas que amam o esporte, amam a adrenalina das arquibancadas, a vibração. Então, estou vendo nesse momento a oportunidade de unir todas essas diferenças, percepções , desejos, motivações num único e conciso bloco, da grande e temida torcida do Basquete de Joinville, onde o único e maior motivador é lotar as arquibancadas para incentivar a nossa equipe. Não que isso já não seja feito, afinal não somos historicamente temidos a toa. O que quero dizer é que o momento requer uma postura diferente do que estamos acostumados. Jovens, adultos, crianças. Casais, famílias, amigos. Estamos sendo testados, sim, não é apenas a equipe em quadra que está sendo colocada a prova, nós também e não é preciso pensar muito para saber o que nosso adversário espera de nós num breve encontro e então pergunto, será que eles merecem que lhes ofereçamos exatamente o que eles querem? Será que vale a pena lhes dar mais munição do que eles já usaram contra nós, sem efetivamente termos dado motivo?

Dizem que cada um luta com as armas que tem, a minha são as palavras e se toda essa história não me incomodasse e não me preocupasse tanto, tenham certeza, eu não tocaria mais nela. O que percebo é que talvez, mesmo que por caminhos tortos, tudo isso seja um divisor de águas para nosso grupo, que pode nos fortalecer, ou nos derrubar, depende de como o vamos encarar. E eu proponho lutar, de forma limpa e leal, deixando o passado em seu lugar, mas oferecendo a nossos adversários a única arma que existe contra a violência: a indiferença. Aos jogadores cabe jogar da melhor forma possível, dentro de tudo que sabem e conhecem, a nós torcedores cabe fortalecer, incentivar e vibrar. Se todos fizermos nossa parte escreveremos juntos um novo capítulo nessa história e porque não dizer, um importante capítulo.

Esqueçamos os nomes, as cores, o peso da marca e concentremos nossa força e energia em nossa equipe, a única coisa que realmente importa. Aos adversários a indiferença, o silêncio; aos nossos o sabor de ser simplesmente grandioso e verdadeiro.

SE VOCÊ AMA JOINVILLE E AMA O NOSSO BASQUETE, PENSE A RESPEITO. E SE NÃO FOR PEDIR DEMAIS, PASSE ADIANTE!

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