“Algo me atraiu até o ginásio nesse fim de tarde frio e chuvoso. Estive aqui ontem, mas por algum motivo eu tive que voltar hoje, sentia uma angustia, uma ansiedade que nem sei explicar. Fui atraída por meu coração, já que em se tratando de nossa equipe tento sempre obedecê-lo. Foi um prazer saber que dessa vez eu não estava sozinha, ao menos por um tempo. Sentada aqui na arquibancada eu até tento escrever, mas sinceramente não consigo tirar meus olhos da quadra. Nessas horas eu gostaria de entender melhor o que está acontecendo.
E eu olho as arquibancadas vazias, agora falta pouco e está difícil segurar a ansiedade e olha que nem é o NBB ainda, mas acredito que será uma boa amostra. A emoção nunca abandona essa quadra, essa é a verdade.
Quando os assisto treinar, fico sempre com vontade de saber como são os outros times nesses momentos. O engraçado é que agora minha angústia passou. Mas uma coisa é certa meu medo de estar “perdendo a mão” é uma constante, talvez hoje esse seja meu maior medo.”
Lendo essas palavras hoje, elas não fazem muito sentido, na verdade elas estavam guardadas ha duas semanas, mas só hoje tive oportunidade de externá-las. Era um dia muito frio, semana em que aconteceria o Torneio Ciser 50 anos. Uma saudade imensa me envolvia, assim como hoje e mesmo tendo ido no ginásio no dia anterior, insisti comigo mesma que precisava ir até lá novamente. No dia seguinte eles viajariam a Pomerode, partida válida pelo Estadual, antecipada em apenas um dia da data original, em virtude do torneio.
E não apenas isso, aquele dia era um dia especial, o Projeto Sócio Torcedor tinha sido lançado naquela tarde e minha curiosidade era enorme para saber se tudo tinha corrido bem. Para falar a verdade não precisei de palavras para saber que tinha sido bom, os olhos que me fitavam cansados, brilhavam tal qual de uma criança, tamanha alegria e satisfação, coisas que acabaram se confirmando horas depois numa conversa pelo computador. Eu estava eufórica, estava tendo oportunidade de ver nascer algo muito precioso e que acredito ainda trará muitos frutos. Ter noção da magnitude de tudo isso encheu meu coração de alegria, eu estava partilhando de um sonho, ou melhor de uma parte dele e isso deu um sabor especial a tudo que fiz até hoje. Eu tenho um pouco dessa história em mim e isso me impulsiona a desejar ir mais longe, fazer cada vez mais, pagar o preço que for, se isso resultar no bem estar e no sucesso da nossa equipe.
Já tive muitos amores na minha vida. Pessoas, lugares, trabalhos, hobbies, mas entre tantos, talvez esse seja o mais puro, o mais sincero e despretencioso, simplesmente porque nunca vislumbrei como seria o dia seguinte, não sonhei com nada e ganhei tanto, continuo ganhando. A cada novo acesso ao blog, a cada comentário, a cada pessoa que se aproxima e mesmo sem me conhecer me parabeniza, a cada agradecimento, a cada momento que posso estar perto de nossos guerreiros e ser apenas eu.
Disse isso justamente porque naquela oportunidade que citei no começo, pude desfrutar da companhia deles por alguns minutos, pude rir, discutir, trocar idéias, conhecê-los um pouquinho mais, pude enfim sentir mais uma vez meu coração bater feliz e descompassado, mas satisfeito. Como diria Edward Cullen, em Crepúsculo, (Shilton e Douglas devem lembrar disso rs) “Vocês são meu tipo preferido de heroína, como se fosse feita especialmente para mim”. Opa, esqueci que vocês não gostaram do filme. Apesar disso meu carinho por vocês continua o mesmo. 🙂
Aconteça o que acontecer, eu vou estar aqui, sempre, mesmo que às vezes isso me provoque dor, me tire o sono ou me encha de ansiedade, porque meu amor por vocês me move, me alimenta e é sincero. Eu sempre soube que acreditar nesse “sonho” chamado Basquete de Joinville, tinha um preço e por acreditar, até o limite das minhas forças, sei que não tem mais volta, estou nisso até o último fio do meu cabelo. É meu compromisso de fidelidade… para o que der e vier!