Cheguei no paraíso e a expectativa antes de chegar foi a mesma, mas acho que com o tempo estou me acostumando com o fato de que eles sabem quem sou e que não adianta mais me esconder. Efetivamente tudo que aconteceu até aqui é um fato consumado, não dá para voltar atrás e tão pouco eu quero isso. Por vezes eu tive vontade de fazer o que estou fazendo agora. Estou sentada na arquibancada vazia, meu notebook e eu, mas a quadra está cheia, porque eles estão lá e só isso faz com que não importe mais nada ao meu redor. Eu estou aqui, estou em casa e se em algum lugar do meu peito existir dor, nesse momento ela vai embora, porque não há espaço para ela aqui. Foi preciso eu vir até aqui para sentir novamente o por que da minha vida estar ligada ao basquete e as pessoas que fazem parte dele. Foi preciso olhar em volta e me lembrar de como tudo começou para voltar a fazer o que eu nem se quer forças tinha para fazer. Minha ansiedade de entrar no ginásio sozinha está começando a diminuir e espero que isso seja um bom sinal e não excesso de confiança. Se tem algo que temo é confiar demais e depois ver minhas expectativas desfeitas, simplesmente porque a vida toda foi assim, mas eu acredito na mudança, eu acredito que essa minha fase “patinho feio” passou e que agora não importa como eu seja, as pessoas gostam de mim exatamente pelo que sou, me respeitam.
Mais do que torcer, eu tenho necessidade de participar, de acompanhar, prestigiar e é exatamente por isso que estou aqui, no palco de grandes conquistas e grandes transformações. Transformações no basquete que tanto amo, transformações na cidade que de repente passou a prestar atenção nesses garotos e tomá-los com exemplo, bem como ao seu líder, transformações em minha vida. Quando se é adolescente é fácil se encantar por alguém que você vê na TV, no cinema, alguém que é totalmente inatingível, e confesso, também passei por isso. E quando comecei a acompanhar a basquete a idéia que eu tinha era exatamente essa, a equipe para mim era inatingível. Eles eram ídolos, estavam na mídia, eram importantes dentro do seu ramo de atuação, o esporte, e quem era eu? Apenas uma funcionária pública, como tantos outros que bate cartão e faz a mesma coisa todo dia, uma professora frustrada por não conseguir ensinar as coisas como gostaria. Foi então que Deus me presenteou com a verdade, me permitindo ver as coisas de um ângulo diferente. Antes eu só sentava na arquibancada como todo mundo, torcia e ao final do jogo ia embora, feliz ou triste, conforme o resultado, mas eu não me envolvia. Desde que os conheci, passo meus dias tentando decifrá-los, tentando entender essa vida e esse trabalho tão particular. Sua alegria e sua tristeza são as minhas, tudo que diz respeito a eles me interessa, me preocupo, me alegro e já não estou mais ali por mim, por uma satisfação pessoal, mas única e exclusivamente por eles. Acredito que de alguma forma estou fazendo algo bom e isso me faz bem também. Hoje estou completamente envolvida e já não consigo mais separar o basquete de mim, porque hoje ele é uma parte muito importante da minha vida e queria poder fazer mais. Tenho simplesmente a necessidade de fazer as pessoas enxergarem nossos garotos assim como eu os enxergo, a necessidade de buscar apoio, força nessa multidão que ama o esporte mostrando uma percepção particular, uma visão diferente. A necessidade de gerar entusiasmo, despertar valores e converter tudo isso em favor de nossos garotos. A necessidade que todos respeitem tudo que eles fazem por essa equipe e respeitem quem eles são. A cada oportunidade que tenho de acompanhar um treino, mas eu os admiro e mais raiva eu tenho de quem passou a temporada passada inteira criticando-os. Primeiro eles levam o basquete muito a sério, mais do que qualquer um possa imaginar. E quando falo em basquete, não é apenas o esporte em si, mas toda a sua preparação física e psicológica. Todo treino que acompanhei, foi cheio de dedicação, entusiasmo e atenção, o mundo pode acabar em volta deles que eles continuarão ali, trabalhando.
O basquete envolve muito mais do que saber driblar ou arremessar. O basquete como qualquer esporte tem como ferramenta de trabalho o corpo, que deve ser muito bem trabalhado e nesse ponto o preparador físico não está dando descanso e agora eu estou aqui rindo porque eles estão “sofrendo” na quadra, mas eu não queria estar no lugar deles não, aliás, deu uma vontadezinha de correr, mas sei que não conseguiria dar nem metade das voltas que eles deram na quadra, porém sei quantos benefícios essas estratégias trazem a longo prazo. O interessante de observar um treino assim, digamos parado, é perceber quantos detalhes envolvem essa preparação, como cada exercício, cada atividade contribuiu para uma determinada situação, na busca do pleno equilíbrio entre corpo e mente. Então, além de treinar, correr, entre outras atividades, você ainda precisa estar pronto para encarar o desafio de ser observado e criticado o tempo inteiro. Então não venham me dizer que é muito fácil ou glamoroso, é um trabalho muito árduo, que exige muito deles, mas que eles fazem com muito amor, não apenas como uma obrigação. Amar o que se faz transforma a exigência em satisfação pessoal, você toma consciência da importância que aquele “sacrifício” tem para melhoria da sua condição, e torna aquilo necessário a sua vida e a seu bem estar. Nós ainda temos muito a aprender com eles. E não basta só dar atenção na hora do jogo, principalmente depois de uma vitória, pois e como fica todo o trabalho que é feito para que se esteja pronto para entrar em quadra? Não tenho dúvidas do quanto Deus foi generoso comigo quando colocou esses “anjos” na minha vida, me permitindo viver essa experiência tão de perto. Eu que sempre amei esporte, sempre torci pelos meus colegas que tinham mais talento que eu quando representavam a escola nos joguinhos escolares e até nas olimpíadas internas, sempre tentei acompanhar tudo que podia. Estar aqui dentro sempre foi um sonho e agora eu estou aqui, não estou mais olhando de longe, com medo, eu estou aqui dentro e muito feliz. Podia ficar horas aqui, em silêncio, só olhando, porque aqui eu estou em paz, aqui ninguém vai me fazer mal.
Hoje em particular senti necessidade de agradecer. Primeiro a alguém que ainda não tinha feito. Eu gostaria de agradecer aos patrocinadores, simplesmente por acreditarem nesse projeto maravilhoso, que não se resume apenas na nossa equipe profissional, mas no reflexo que ela tem gerado na sociedade, despertando o interesse e a crença no esporte como forma de educar, socializar e desenvolver os jovens. Por dar credibilidade a esse grupo que em tão pouco tempo já teve conquistas tão expressivas, que chegou onde nenhuma outra equipe do estado chegou até hoje, que honra nossa cidade, jogando com muita garra e amor. Um agradecimento a comissão técnica que faz um trabalho excepcional com nossos garotos, principalmente na preparação física, quem os viu há 2 anos atrás consegue perceber o quanto a melhora é visível e expressiva e ao mestre por dividir sua sabedoria com eles e por os conduzir com tanto amor e certeza. A vocês, queridos, eu agradeço simplesmente por me deixarem participar, presenciar e viver o basquete que está nas veias de vocês. Obrigada, por a cada dia me possibilitarem enxergar o basquete um pouquinho com os olhos de vocês.
Mais do que torcer, eu tenho necessidade de participar, de acompanhar, prestigiar e é exatamente por isso que estou aqui, no palco de grandes conquistas e grandes transformações. Transformações no basquete que tanto amo, transformações na cidade que de repente passou a prestar atenção nesses garotos e tomá-los com exemplo, bem como ao seu líder, transformações em minha vida. Quando se é adolescente é fácil se encantar por alguém que você vê na TV, no cinema, alguém que é totalmente inatingível, e confesso, também passei por isso. E quando comecei a acompanhar a basquete a idéia que eu tinha era exatamente essa, a equipe para mim era inatingível. Eles eram ídolos, estavam na mídia, eram importantes dentro do seu ramo de atuação, o esporte, e quem era eu? Apenas uma funcionária pública, como tantos outros que bate cartão e faz a mesma coisa todo dia, uma professora frustrada por não conseguir ensinar as coisas como gostaria. Foi então que Deus me presenteou com a verdade, me permitindo ver as coisas de um ângulo diferente. Antes eu só sentava na arquibancada como todo mundo, torcia e ao final do jogo ia embora, feliz ou triste, conforme o resultado, mas eu não me envolvia. Desde que os conheci, passo meus dias tentando decifrá-los, tentando entender essa vida e esse trabalho tão particular. Sua alegria e sua tristeza são as minhas, tudo que diz respeito a eles me interessa, me preocupo, me alegro e já não estou mais ali por mim, por uma satisfação pessoal, mas única e exclusivamente por eles. Acredito que de alguma forma estou fazendo algo bom e isso me faz bem também. Hoje estou completamente envolvida e já não consigo mais separar o basquete de mim, porque hoje ele é uma parte muito importante da minha vida e queria poder fazer mais. Tenho simplesmente a necessidade de fazer as pessoas enxergarem nossos garotos assim como eu os enxergo, a necessidade de buscar apoio, força nessa multidão que ama o esporte mostrando uma percepção particular, uma visão diferente. A necessidade de gerar entusiasmo, despertar valores e converter tudo isso em favor de nossos garotos. A necessidade que todos respeitem tudo que eles fazem por essa equipe e respeitem quem eles são. A cada oportunidade que tenho de acompanhar um treino, mas eu os admiro e mais raiva eu tenho de quem passou a temporada passada inteira criticando-os. Primeiro eles levam o basquete muito a sério, mais do que qualquer um possa imaginar. E quando falo em basquete, não é apenas o esporte em si, mas toda a sua preparação física e psicológica. Todo treino que acompanhei, foi cheio de dedicação, entusiasmo e atenção, o mundo pode acabar em volta deles que eles continuarão ali, trabalhando.
O basquete envolve muito mais do que saber driblar ou arremessar. O basquete como qualquer esporte tem como ferramenta de trabalho o corpo, que deve ser muito bem trabalhado e nesse ponto o preparador físico não está dando descanso e agora eu estou aqui rindo porque eles estão “sofrendo” na quadra, mas eu não queria estar no lugar deles não, aliás, deu uma vontadezinha de correr, mas sei que não conseguiria dar nem metade das voltas que eles deram na quadra, porém sei quantos benefícios essas estratégias trazem a longo prazo. O interessante de observar um treino assim, digamos parado, é perceber quantos detalhes envolvem essa preparação, como cada exercício, cada atividade contribuiu para uma determinada situação, na busca do pleno equilíbrio entre corpo e mente. Então, além de treinar, correr, entre outras atividades, você ainda precisa estar pronto para encarar o desafio de ser observado e criticado o tempo inteiro. Então não venham me dizer que é muito fácil ou glamoroso, é um trabalho muito árduo, que exige muito deles, mas que eles fazem com muito amor, não apenas como uma obrigação. Amar o que se faz transforma a exigência em satisfação pessoal, você toma consciência da importância que aquele “sacrifício” tem para melhoria da sua condição, e torna aquilo necessário a sua vida e a seu bem estar. Nós ainda temos muito a aprender com eles. E não basta só dar atenção na hora do jogo, principalmente depois de uma vitória, pois e como fica todo o trabalho que é feito para que se esteja pronto para entrar em quadra? Não tenho dúvidas do quanto Deus foi generoso comigo quando colocou esses “anjos” na minha vida, me permitindo viver essa experiência tão de perto. Eu que sempre amei esporte, sempre torci pelos meus colegas que tinham mais talento que eu quando representavam a escola nos joguinhos escolares e até nas olimpíadas internas, sempre tentei acompanhar tudo que podia. Estar aqui dentro sempre foi um sonho e agora eu estou aqui, não estou mais olhando de longe, com medo, eu estou aqui dentro e muito feliz. Podia ficar horas aqui, em silêncio, só olhando, porque aqui eu estou em paz, aqui ninguém vai me fazer mal.
Hoje em particular senti necessidade de agradecer. Primeiro a alguém que ainda não tinha feito. Eu gostaria de agradecer aos patrocinadores, simplesmente por acreditarem nesse projeto maravilhoso, que não se resume apenas na nossa equipe profissional, mas no reflexo que ela tem gerado na sociedade, despertando o interesse e a crença no esporte como forma de educar, socializar e desenvolver os jovens. Por dar credibilidade a esse grupo que em tão pouco tempo já teve conquistas tão expressivas, que chegou onde nenhuma outra equipe do estado chegou até hoje, que honra nossa cidade, jogando com muita garra e amor. Um agradecimento a comissão técnica que faz um trabalho excepcional com nossos garotos, principalmente na preparação física, quem os viu há 2 anos atrás consegue perceber o quanto a melhora é visível e expressiva e ao mestre por dividir sua sabedoria com eles e por os conduzir com tanto amor e certeza. A vocês, queridos, eu agradeço simplesmente por me deixarem participar, presenciar e viver o basquete que está nas veias de vocês. Obrigada, por a cada dia me possibilitarem enxergar o basquete um pouquinho com os olhos de vocês.