O player reproduz “Bem ou Mal” do NXZero, uma onda de alegria consome meu corpo: é a música que usei no primeiro vídeo homenagem! Fecho os olhos e de repente estou dentro do ginásio outra vez. Eu respiro fundo, tenho vontade de sair pulando conforme a batida da música, mas uma onda de realidade me desperta, estou dentro de um ônibus, indo para casa, após mais um dia exaustivo de trabalho. Uma olhada na frente do ginásio enquanto o ônibus passa e aquele alívio, eles estão aí! Agora é “Bella’s Lullaby” do filme Crepusculo, por coincidência a música do segundo vídeo homenagem. Que coincidência que nada é a força daqueles garotos dentro de mim outra vez, a sensação de paz, confesso fazia tempo que isso não exercia os efeitos sobre mim de uma forma tão poderosa e por algum tempo eu realmente me senti leve.
Me agarro nas lembranças para aquietar a saudade que sinto, já que competição só em setembro, alias agora em agosto já tem competição, é a Taça Federação Catarinense de Basquete, que será disputada em Brusque entre os dias 6 e 8, portanto longe dos nossos olhos. Ainda fiquei remoendo por um tempo o que aconteceu com Manteguinha, não me peçam para explicar, mas foi como se eu sentisse sua frustração e afinal quem não ficaria? Mas no final também passou, tenho certeza que ele também já deixou isso para trás, para que eu vou ficar remoendo? Além do mais ainda há muita coisa em minha vida fora do lugar e preciso buscar o conforto no que é bom, que me faz bem, para estar bem para aqueles que precisarem de mim, seja quando ou como for. Por fora já pareço mais velha do que realmente sou, mas por dentro, ah, por dentro me é cada vez mais evidente de que nasci na década errada, pois me sinto uma adolescente, encantada com a beleza dos sonhos, da vida, das pequenas coisas, imersa na fantasia dos livros, vendo magia em tudo, coisas que eu não enxergava antes, ou nem se quer acreditava. Já sei, vão me dizer que estou ficando repetitiva e que esteja, pra mim é importante repetir sempre de novo a importância dessas pessoas na minha vida. E afinal que sentido teria esse blog se não fosse para reforçar isso?
Hoje tive a constatação de algo que sempre temi, mas que o tempo me permitiu aplacar. Como imaginava, é possível e provável que muitas pessoas ao longo dessa minha fase de “super exposição” acreditavam que tudo que eu fazia era na busca de alguma vantagem, que eu queria algo. Para minha sorte, com algumas pessoas pude desfazer essa imagem, demonstrando exatamente quem sou e deixando claro que nem no meu sonho mais absurdo eu poderia acreditar que um dia estarei ao lado deles, que saberiam meu nome e até fariam piadinha comigo… A resposta a um recado sempre era tão gratificante que eu nem cogitava a possibilidade de conhecê-los um dia, quanto mais sair no jornal por causa disso (pula essa parte). Quando eu comecei eu só queria fazer algo que acreditava que podia ajudar e queria que fosse lido por eles, que lhes tocasse de alguma forma, ponto. Era a minha forma de me esconder da minha sensação de vazio e descrença. Eu me sentia útil e isso me bastava.
Eu tinha medo, justamente porque sei que no mundo que a gente vive, ninguém faz nada sem um interesse e eu temia a aproximação deles, porque acreditava que eles pudessem chegar a essa conclusão também. Agora, sei que eles não me veem assim, ao menos aqueles com quem tenho um pouco mais de contato e liberdade, sem contar a comissão técnica e o que mudou nesses meses é que eles não são apenas a equipe de Basquete de Joinville, são pessoas muito queridas, por quem tenho um apresso enorme, exemplificando, eu não vejo mais o “Ninja ou Viegas”, o “Tiagão”, eu vejo o Douglas, o Tiago, a essência humana, o basquete é a consequência, a forma como os conheci. Eu amo o basquete, amo o que eles fazem juntos quando estão em quadra, mas amo ainda mais quem eles são. A segurança, o carinho, a receptividade vem de sua natureza, de seu carater e esse sentimento sempre será deles mesmo que um dia eles não estejam mais jogando aqui, representando nossa cidade ou até parem de jogar definitivamente, algo que um dia também vai acontecer. Essas pessoas me provaram que sou capaz de fazer coisas legais, apenas seguindo meu coração. Como não me importar com elas então? Como desprezar essa ligação que minha vida criou com a deles, sem ao menos eu fazer parte de suas vidas efetivamente? Eu simplesmente sei que é muito bom estar perto deles, que quando estou ali esqueço de tudo, me sinto segura e feliz, minha vida tem outro sentido e outro brilho depois que nossos caminhos se cruzaram. Eu sinto essa vibração, essa bondade e essa ternura que emana de suas almas e isso me alimenta, mesmo sem saber qual seu prato, sua música, sua cor preferidas, mesmo sem frequentar suas casas, estar nos lugares que estão, vivendo perto deles, acompanhando suas vidas, eu simplesmente não sei mais o que é minha vida sem eles, porque se tornaram um pedacinho de mim, o pedacinho que mais amo, porque não importa o que estou vestindo, não importa se meu cabelo está revoltado, não importa se minha aparência está boa, importa que continuo sendo a Ketty e é assim que eles me conhecem, talvez já me conheçam mais do que imaginam até. Sou uma pessoa melhor quando estou com eles. E talvez depois de debater esse assunto, eu tenha tido maturidade para entender, que não importa que eles tratem todos com gentileza, carinho e atenção (isso eles realmente fazem, sem distinção) não espero exclusividade, alías, desde quando esperei algo, o que importa é o efeito que suas atitudes causam em mim, os sentimentos que me despertam e a pessoa na qual me revelo quando estou perto deles, seja aonde for, o que importa é o quanto contribuem para minha vida ser melhor, sendo simplesmente eles. Sempre serão uma parte muito importante da minha vida!
"Quando paramos de lutar contra a realidade, a ação torna-se mais simples, fluida e sem medo." (Byron Katie)