Joinville 65 x 55 Contagem (MG)

Faltavam 15 segundos quando Felipe foi gastando o tempo e sinalizando que não iria atacar, o jogo havia terminado e nós vencemos. Foi como se uma tonelada tivesse saído de meus ombros. Minhas mãos ainda ardem de tanto que os aplaudi, foi um grande jogo, acima de tudo.

Antes da bola subir, sentia meu coração bater no estomago, estava tão nervosa e nem sabia ao certo por quê. Queria me manter serena, queria transmitir apenas energias positivas aos atletas. Na  verdade esse foi meu pensamento enquanto ia para casa depois do trabalho, estava apreensiva, mas disse a mim mesma que queria cultivar bons pensamentos, para atrair apenas coisas boas, pois era disse que precisávamos, afinal não seria qualquer jogo, estávamos enfrentando o até então líder da competição e que particularmente merece respeito, porque joga muito, mas sofre de um mal que conhecemos bem, às vezes é emocionalmente instável, se abalou com a pressão da nossa forte defesa e cometeu muitos erros, melhor para nós que soubemos aproveitar as oportunidades, abrir vantagem e nos manter na liderança por praticamente todo período desde que ela foi conquistada.

Começamos a partida com Felipe, Jefferson, Max, Jeronimo e Jordan: um quinteto diferente  do que estávamos acostumados a ver, em parte pela ausência de André Bambu, acredito que contundido. O adversário ficou com a bola no tapinha inicial, porém perdeu o seu primeiro ataque, nos entregando literalmente de bandeja, nossos primeiros pontos, que vieram pelas mãos de Jordan. Não tardou para o adversário empatar e virar. E por alguns minutos vivemos a agonia de correr atrás para não deixar que o oponente se distanciasse demasiadamente. Aos 7:03 Max recebeu uma bela assistência de Jefferson e cravou, renovando nossa confiança e nosso ânimo. O adversário até esboçou uma reação, mas duas incríveis recuperações de bola de Jefferson nos colocaram a frente do placar, jogando um balde de água fria no visitante. Encerramos o 1º quarto na frente, com parciais de 18 x 15.

No 2º quarto, os primeiros minutos pareciam um ping-pong, com bolas sendo convertidas dos dois lados: nós não conseguíssemos nos distanciar, tão pouco o oponente conseguia virar o jogo. Porém aos 7:03 a vantagem caiu para apenas 1 ponto e com um arremesso certeiro de 3, o adversário passou a frente novamente. As equipes, nesse momento, pararam de converter as cestas até os 5:35 quando Felipe converteu uma cesta de 3 e nos colocou na frente novamente, mas não por muito tempo. O jogo seguia angustiante. Permanecemos por mais alguns minutos atrás do marcador, nesse momento a entrada de Henrique fez diferença, a marcação forte e as recuperações de bola, permitiram a equipe contra-atacar em velocidade, como aos 2 minutos para o término do período, quando Henrique recuperou e deu assistência para Felipe ir para a bandeja e converter. Ainda assim, a vantagem não ultrapassava 1ou 2 pontos. Restando 1:30, Lucas acertou um arremesso de 3 e no ataque seguinte, após rebote defensivo deu assistência para Henrique converter de 2 e na sequencia, o próprio Henrique recuperou a bola e marcou novamente, abrindo então 8 pontos. O adversário não se deu por vencido e no último minuto aproveitou dois ataques e encostou novamente. Final do quarto 38 x 35.

A tensão só aumentava ao lembrar que ainda haviam pelo menos 2 períodos de 10 minutos cada. A espera pela resolução parecia eterna. O retorno do intervalo para o 3º quarto tinha ares de ser muito movimentado, logo no primeiro ataque do adversário, Jefferson faz uma bela recuperação de bola e na assistência deixou a “laranjinha” para Max cravar. Na continuidade amargamos alguns arremessos não convertidos, entretanto compensamos ao segurar as investidas do adversário, com sucesso. O placar manteve-se congelado por boa parte do quarto e com uma produção muito baixa, de ambos os lados. Um dos pontos altos do quarto foi a cravada de Jeronimo. Entretanto, foi o mais tenso com parcial de 10 x 9, sendo que parte dos pontos do adversário foram marcados restando pouco mais de 4 minutos para o final do período. Parcial do jogo até então 48 x 44.

Chegou o último quarto e controlar a ansiedade fora da quadra era tarefa difícil, tanto quanto conter o ímpeto do adversário dentro dela. Só pontuamos aos 8:40 com uma bela cesta de 3 de Lucas e ampliamos com dois lances livres e uma bandeja de Jefferson. Aos 7:58 o placar era de 55 x 46. E quando o ataque não funcionou a defesa foi eficiente a ponto de não permitir o avanço do adversário e ainda forçá-lo ao erro. Na metade do quarto, após Jeronimo converter lances livres, alcançamos a vantagem de 10 pontos, que permaneceu até o final da partida, com algumas breves oscilações. Final da partida 65 x 55.

Alívio, alegria, gratidão, muito sentimentos misturados, mas com certeza o que predominou foi orgulho, orgulho por ter presenciado uma atuação tão consistente e conjunta. É bem verdade que já tivemos aproveitamentos melhores nos fundamentos essenciais, mas soubemos ser decisivos, firmes e o mais importante conseguimos ditar o ritmo do jogo, sem deixar que o adversário tomasse gosto por ele.

Destaque para as 15 recuperações de bola, sendo que 7 fora apenas de Jefferson, um número simplesmente incrível, não me recordo de ter visto isso em alguma outra oportunidade. Também para o duplo-duplo de Jeronimo com 10 pontos e 11 rebotes. Mas gostaria de destacar coisas que as estatísticas não mostram, como por exemplo a importância de Jordan dentro da quadra, organizando, unindo, vibrando, chamando para a conversa. O mesmo digo de Henrique, apoiando e orientando do banco. Destaque para aqueles que vieram do banco com muita vontade de ajudar e seguraram as ofensivas do adversário para que os titulares pudessem recuperar o fôlego. Lamento por Matheus que entrou bem, marcando forte, mas sofreu uma queda e se machucou, fica o desejo de que esteja recuperado para o próximo jogo.

Enfim, nenhum jogo será igual ao outro, assim como vocês não serão iguais de um jogo para o outro, principalmente porque já senti que a cada partida vocês evoluem, vocês crescem e isso é o processo natural do amadurecimento em quadra. Minha maior alegria é poder perceber essa evolução, mesmo que alguns digam coisas que não cabe nem eu repetir, eu acredito nisso, acredito numa melhora continua e acredito que vocês estão se empenhando para serem cada vez melhores e para encontrarem o melhor jogo de cada um para encaixar nesse processo de equipe. Porque no final o jogo não é sobre o que os outros pensam de vocês, mas sobre o que vocês pensam uns dos outros e eu sei o que eu vi nessa partida: uma equipe! O apoio, o incentivo, a vibração, tudo isso foi genuíno, coisa que só acontece aonde existe união, entendimento, companheirismo. Foi isso que ganhou o jogo, foi isso que fez a defesa funcionar em momentos decisivos, foi isso que desestabilizou o adversário e é isso que os levará adiante.

Muito obrigada pela vitória. Agora é hora de tomar folego e se preparar para o novo desafio, porque o adversário pode até ser o mesmo, mas a história a ser contada será completamente diferente. Sabemos que encontraremos dificuldades e precisaremos estar ainda mais atentos e unidos, pois o adversário também virá mais preparado e muito disposto a nos “causar problemas”. Porém eu acredito em vocês e acredito que podemos chegar muito longe. Vocês, jovens atletas, “meus garotos” honram nossa cidade, nosso basquete e sua história, então não baixem a cabeça e nem permitam que comentários não construtivos povoem suas mentes. Não percam tempo com aquilo que não reflete a essência de vocês. Digo e repito, sei que existem falhas, melhorias a serem consideradas, mas nem por isso vou deprecia-los, até porque tenho certeza que a pessoa que mais lhes cobra essas questões, são vocês mesmo.

Eu? Eu vou continuar aqui torcendo e desejando sempre o melhor a todos vocês. Nos encontramos amanhã! Se Deus quiser!

 

#EuAcredito #LigaOuro #Classificados

Crédito da foto: Jackson Nessler

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