Um motivo para sorrir

Não é segredo para ninguém o quanto eu amo o basquete. Também não é segredo o quanto ele me faz falta. Quando criei esse blog, eu não imaginava que o basquete ocuparia tanto espaço no meu coração, a ponto de eu tatuar na pele para registrar esse amor, nem que construir esse espaço ocuparia tanto do meu tempo, como ocupou. E não, não foi nenhum sacrifício, ao contrário, sempre foi um prazer, aliás, um prazer do qual abri mão há algum tempo.

Mas o mundo da voltas e quando a gente inicia algo nunca sabe realmente aonde isso vai nos levar, o basquete, por exemplo, me levou a experiências que nunca imaginei viver, me fez voltar a sala de aula, me fez ficar horas dentro de um ônibus, mobilizar, divulgar, gritar, chorar, mas principalmente sorrir.

Eu não consigo imaginar como seria minha vida se nos últimos anos o basquete não tivesse entrado nela, se eu não tivesse conhecido as pessoas que conheci e vivido todas essas experiências, acho mesmo que tudo seria muito sem graça, porque eu não teria hoje grandes histórias para contar e não teria chegado até aqui.

Hoje quando caminhava pelo Mueller eu tive aquele “flashback” recorrente do dia em que eu deixei de ser palavras e me tornei uma pessoa para aqueles que eu tanto admirava e que morria de medo de me aproximar. Sei que pensar nisso hoje é cômico, alias, muito cômico por que voltar aquele momento me lembra de que não passava na minha cabeça que de perto ou de longe todos eles fariam parte da minha vida a partir daquele dia.

Quando cursei a pós graduação de Administração e Marketing Esportivo em Curitiba eu fiquei fascinada por esse universo e cheia de vontade de ajudar, de poder saber mais para poder ser útil, mas eu nunca fui muito criativa e marketing principalmente precisa disso. Eu também não tinha muito conhecimento de causa, então não me sentia a vontade para sugerir ou me meter porque afinal quem era eu para dar pitaco na administração se eu só entendia de arquibancada?

Confesso que ainda assim eu me ofereci, sei lá, tinha boa vontade, necessidade, precisava estar envolvida para sentir que eu servia para alguma coisa, que podia ajudar, mesmo que fosse para apoiar, apesar de que isso também não era grande coisa. Então ficamos sem time e ficou a saudade. Até que outra vez, numa sala de aula o esporte veio me visitar. Foi uma ideia para quem sabe desenvolver o dia que for aprovada no programa de mestrado.

Eu tinha planos, ia montar o projeto de pesquisa, me inscrever no processo e torcer para passar, mas nada do que eu planejei aconteceu. Encontrei pouco material para fundamentar minha ideia, várias coisas acontecer na minha casa e no final perdi o prazo. Fiquei chateada, mas no final entendi que não era o momento e apesar das incertezas e de no momento saber que a minha aprovação esta distante, aquilo me motivou, porque me aproximou do basquete outra vez, vi novamente uma possibilidade de aprender sobre ele e ajudar, desta vez a modalidade como um todo e entendi que era um adiamento apenas, aceitei que havia um motivo maior para eu esperar.

Bom e não é que tinha mesmo? Há algumas semanas um fato mudou tudo que eu pensava e imaginava fazer da minha vida nos próximos tempos, os rumores de um grupo se mobilizando para construir uma nova equipe adulta me deixou animada, esperançosa como fazia tempo que eu não me sentia, para falar a verdade eu estava alucinando com ideias para saber como fazer para ajudar.

Enfim, acho que vocês já devem ter entendido aonde estou querendo chegar não é mesmo? Eu recebi um dos maiores presentes que eu podia receber: oportunidade! De verdade, eu nunca pensei que poderia realmente fazer parte desse universo, mas talvez eu desejei tanto que aconteceu.

Confesso que os últimos dias são de adaptação, é uma realidade e uma vida completamente diferentes, arrumar tempo na minha já atribulada vida, mexer com coisas que nunca fiz antes, pensar, tentar ser criativa, mas principalmente respirar basquete desde a hora que acordo, até a hora em que me deito, isso se não sonhar com ele também.

Lógico, não vou ser ingenua, não é um conto de fadas onde tudo é lindo e perfeito, na verdade é muito dificil e muitas vezes magoa, decepciona porque você sabe da verdade dos atos, das intenções, do desejo genuino de dar certo, mas nem todo mundo esta na mesma vibe que você para entender o quanto aquilo é importante e não apenas para você. Mas como diria um nobre colega de luta: “Somos uma semente de mostarda, é menor que um grão de areia, mas quando cresce ocupa muito espaço.” Como toda semente nosso projeto precisa ser alimentado, regado e cuidado e é dessa maneira que estamos trabalhando. Não é lindo isso, poder dizer com propriedade nosso projeto? Não sei se alguém percebeu isso alguma vez, mas sempre que eu falava do basquete eu me incluia e uma vez um professor meu achou isso curioso, agora eu realmente estou junto.

Sinceramente, é muito bom dizer: Estou trabalhando com o Basquete, é muito bom estar realmente envolvida, participando e é muito bom saber que tudo que fiz até hoje valeu a pena, porque permitiu as pessoas acreditarem que eu podia ajudar, me trouxe até aqui e agora me da conhecimento para fazer as coisas do jeito que eu desejava que fossem feitas, pois como torcedora eu sentia falta, mas nem sempre podia ser atendida. E agora o pouco que aprendi e que conheço posso colocar a favor dessa ideia e ajudar de todas as maneiras que posso.

Eu estou feliz, muito feliz, porque estou aonde sempre quis estar, como se eu tivesse nascido para isso, tivesse encontrado meu lugar no mundo. Quem acompanhou a Saga Crepusculo (não me batam por favor) deve lembrar que no começo do último filme quando a Bella se maravilha com sua nova condição ela diz que nunca se sentiu tão viva, como se tivesse nascido para ter chegado naquele ponto e ser o que ela havia se transformado. Pois é assim que eu me sinto como se tudo tivesse me preparado para esse caminho. Eu sei que não será fácil, não está sendo, que as derrotas serão uma constante, principalmente nas lutas fora de quadra, mas que por mais que machuque é preciso acreditar no objetivo traçado e persegui-lo, há muita coisa por acontecer, se não for agora é porque haverá um momento melhor e enquanto ele não chegar nós vamos nos aprimorar, aprender e crescer.

Olha, para quem não escrevia faz tempo, acho que escrevi bastante. Basquete é realmente viciante, entretanto hoje vou ficando por aqui, não podia contar de outra forma esse grande passo na minha vida sem que fosse por aqui, aonde tudo começou. E assim, nesse momento só posso pedir que torçam pela gente, que acreditem nessa ideia e que por mais dura que seja a batalha possamos sair dela vitoriosos.

#NOVOBASQUETEJOINVILLE #TAMOJUNTO

 

 

1 thought on “Um motivo para sorrir

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *