Imparcialidade?

Eu sai do trabalho feliz, eu iria acompanhar mais um jogo do esporte que amo: o basquete. Quem curte esse esporte pode até não entender tanto de regras como acontece comigo, mas tem percepção e não é alienado, mas confesso hoje eu sai do ginásio me sentindo completamente ignorante no que diz respeito ao meu amado esporte.
Não é de hoje que tenho sentido uma certa “perseguição” no que diz respeito a deixar que nossa equipe simplesmente cresça no jogo, há sempre um segundo adversário em quadra, que deveria estar lá para manter a ordem e a imparcialidade para que prevalecesse a justiça e a igualdade. Entretanto, esses atributos parecem ter sido esquecidos no vestiário e não levados para a quadra nos momentos de jogo.
Pode parecer conversa de perdedor, porém não houve um único jogo em nossa casa que não houve pelo menos um ou dois lances polêmicos ou para piorar, claramente duvidosos, mesmo quando o resultado terminava favorável a nossa equipe.
No começo achei realmente que pela minha falta de entendimento das marcações e regras achava toda marcação equivocada, mas os casos foram se agravando e a ira da torcida crescendo, então percebi que era gente demais reclamando para não ter fundamento. A gota d’água foi um jogo em que o árbitro marcou posse de bola para o adversário afirmando que o arremesso não bateu no aro, todos a minha volta ficaram irritados e perguntei: – “Ele está querendo dizer que a bola não bateu no aro?”. Balançaram a cabeça afirmativamente, olhei para a camera e assisti o lance, adivinhem só, a bola tocou sim o aro.
Depois pensei que eram apenas determinados árbitros que tinha uma “quedinha” por nos sacanear e aplicar a nós uma rigidez excessiva que não era condizente com a aplicada ao adversário. Hoje tive certeza de que parece um motim, um plano maldoso, velado e silencioso de nos impedir de crescer. Mas penso, não é mais fácil deixar que o jogo se decida dentro das quatro linhas, com cinco homens de cada lado e que prevaleça a qualidade, a técnica e a habilidade de cada um? Aonde foi parar o: “E que vença o melhor”?
Torcedor sempre acha que o árbitro está favorecendo o adversário e tal, pela paixão que sente, mas hoje para mim isso foi tão explícito. Logo no início da partida houve um lance em que o oponente fechou o ângulo de arremesso por cima da bola, impedindo que o arremesso acontecesse, se a bola tivesse saido da mão seria toco, mas não saiu e nada aconteceu. Virei para minha mãe e disse: – “Se fosse a gente tenho certeza que marcariam falta.” E não é que no último quarto apareceu um lance bem parecido e adivinhem o que aconteceu? Isso sem falar na falta marcada depois do cronometro zerar, na técnica recebida por nosso técnico cobrada antes mesmo do cronometro começar a contar o início do 3º quarto, entre outros momentos inexplicáveis.
Antes de começar a escrever sobre isso refleti profundamente e vi que a verdade é uma só: temos sido lesado bem diante de nossos olhos, dentro de nossa casa e simplesmente estamos de mãos atadas sem poder fazer nada, vendo nossa equipe ser exposta, prejudicada e colocada em situações de stress, tudo para minar seu desempenho. Eu simplesmente não consigo ver sentido nisso. Crescermos por nossos méritos e pelo nosso trabalho incomoda tanto assim?
Sei que não somos perfeitos, que cometemos erros que muitas vezes comprometem o resultado, porém, é comum termos bons momentos e estes serem abafados por situações constrangedoras. A injustiça incomoda tanto ao ponto de prejudicar o desempenho, de tirar as pessoas do foco, do trilho e eu já vi isso acontecer vezes demais para continuar aceitando isso calada, pode ninguém concordar comigo, achar que estou louca, mas sinto que temos sido lesados.
Estamos trabalhando, buscando corrigir nossos erros, nos entrosando, fazendo valer a qualidade de cada um para benefício comum e aceitando nossas responsabilidades diante de situações de jogo mal sucedidas, nosso maior adversários somos nós mesmos quando insistimos em situações que já se mostraram desastrosas e temos consequencias a assumir por nossas atitudes, porque temos que ser ainda mais penalisados por coisas que não fizemos?
Na minha humide opinião o árbitro existe para que prevaleça o cumprimento das regras e por ser um jogo tão dinãmico e veloz que existem três em cada partida. O rigor estabelecido por cada um pode até ser atenuado ou intensificado, porém para ambas as equipes, não pode existir dois pesos e duas medidas, onde fica a imparcialidade assim? Privilegiar, favorecer, proteger nada tem a ver com ser imparcial.
Basquete é um esporte para se curtir, para vibrar, se emocionar, roer as unhas, gritar, perder a voz. Basquete é espetáculo é emoção e energia. Momentos como esse mancham nosso esporte, põe em dúvida a seriedade dos profissionais envolvidos e da organização como um todo, encobrem o brilho do esporte. Não pode ele ser o coadjuvante numa peça em que foi escalado como protagonista.
Mas bem, talvez seja apenas coisa da minha cabeça não é mesmo. Coisas de uma mente apaixonada e cega que não consegue aceitar que sua equipe do coração perde jogos. É talvez seja apenas isso e eu desejaria que fosse mesmo, para o bem de nossa equipe e de nosso esporte.

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